Há uns quinze dias aproximadamente a população dos EUA começou a ser informada a respeito de uma pequena tempestade tropical que se formava no oceano Atlântico, que começava a se organizar (girar) e que possivelmente se tornaria a primeira tempestade perigosa da estação de furacões do ano. Oficialmente a estação de furacões este ano começou em 1º de Junho e vai até 30 de Novembro.
À medida que a tempestade se organizava e aumentava de tamanho mais e mais estações de TV explicavam a tempestade à população. Praticamente em quase todos os comerciais “up-dates” da tempestade eram passadas à população. Fiquei pensando em como o sistema meteorológico desse país é avançado. Lembrei também de uns anos atrás que, na cidade da minha mãe, um ciclone destruiu muitas casas e comércio sem nenhum aviso por parte das autoridades.
Datas e horários da passagem de Irene |
Os dias foram passando e cada vez mais sabíamos a respeito da tempestade que, agora era oficialmente chamada de furacão Irene categoria 1, que continuava a crescer. Os meteorologistas explicaram que as altas temperaturas das águas no oceano, que podem chegar a 32 graus Celsius, alimentam a tempestade e esta passa a crescer.
Tempestade monstruosa a caminho da costa leste dos EUA |
No dia 22 de agosto, segunda feira, Irene já estava sobre Porto Rico e já era de categoria 2. Felizmente a rota da tempestade se desviava um pouco da Flórida e provavelmente Irene, na sua intensidade, passaria há alguns km da costa da Flórida. A TV anunciou a chegada de Irene a Orlando para o dia 25 de Agosto às 8 horas da noite. Somente as bordas de Irene atingiriam a costa, mas ventos fortes e chuva seriam esperados. Fomos orientados a tirar do quintal e varandas quaisquer mobília, mesas, cadeiras, guarda-sóis que poderiam se tornar perigosos se saíssem voando. Neste ponto, a Carolina do Norte, já tinha evacuamento obrigatório para uma ilha e as pessoas começaram a se preparar com seriedade, pois o estado estava na rota de Irene que atingiria a costa no sábado 27 com intensidade/categoria 3.
Categorias dos furacões. Se o Katrina que matou mais de 1800 pessoas foi de categoria 3 imagine o que um furacão categoria 5 é capaz de fazer... |
E o que eu vi as pessoas fazendo para se preparar? Colocam folhas de madeirite nas janelas, compram muita água e mantimentos, geradores, velas, lanternas, lamparinas, podam as árvores, amarram outras e seja o que Deus quiser. Muitas se danam pra estrada e vão para casa de parentes em outros estados. Melhor não arriscar. Eu sairia correndo!
Todos que possuem piscinas foram orientados a jogar cadeiras e guarda-sóis na água. |
Muitos foram orientados a ir para abrigos |
Preparativos para tentar impedir a entrada de água nas casas e estabelecimentos comerciais |
Como neste mundo tem louco pra tudo não foi surpresa ouvir os surfistas na TV dizendo que, não importa o que ocorresse, eles estariam na praia esperando pelas ondas de 12 metros de altura que Irene traria. O que as pessoas não fazem por uma adrenalina? Se eu precisar de adrenalina, acho que vou à farmácia (como se adrenalina vendesse na farmácia).
Muita gente fica imaginando de onde vêm esses nomes para os furacões. Talvez o mais famosos que conhecemos foi o Katrina que arrasou New Orleans em 2006 e até hoje a cidade ainda não foi totalmente reconstruída. Os nomes dos próximos furacões já estão em uma lista pronta para até o ano de 2016. Abaixo você vê a lista com os nomes.
Irene atingiu quase todos os estados da costa leste americana começando pela Carolina do Norte até Vermont. Embora Irene chegasse a Nova Iorque com categoria 1, mesmo assim causou muito estrago. Foram registradas 45 mortes causadas pela passagem do furacão. A maioria delas pessoas que se colocaram em posições de risco e ignoraram o aviso das autoridades. Eu vi pela televisão uma pessoa que estava na praia e foi arrastada pela correnteza (pode?), uma senhora que estava dirigindo e teve o carro levado por uma enxurrada e afogou-se no rio e assim por diante. A grande maioria dos que morreram não estavam dentro de casa como alertaram as autoridades ou mesmo em abrigos. Ouvi dizer na TV que a população de Nova Iorque estava decepcionada que o furacão chegou por lá já bem fraco e dissipou-se depois de algumas horas e pude entender. Há mais de um século um furacão chegou a Nova Iorque. Eu sou vidrado em tempestades e realmente queria ver um. Mas pelo jeito não vai faltar oportunidade porque outro furacão já está se formando no oceano e recebeu o nome de Kátia Flávia Louraça Beusebú (brincadeira... é só Kátia mesmo).
Fala se ele não tá pedindo pra algo de ruim acontecer? |
Desde sábado as pessoas estão curiosas pelas ruas, muitas sorrindo, brincando e pensei que no fundo, o que importa mesmo é saber lidar com as tragédias e desastres da vida. Muitos americanos mesmo durante a preparação, a passagem e por final a limpeza, exibem um sorriso no rosto e pensei porque será? Talvez, como nós brasileiros, em muitas situações preferimos rir pra não chorar, só pode ser isso!
Nunca mais outro furacão receberá o nome de Irene. Quando um furacão tem um impacto muito grande sobre a população, seu nome é tirado da lista assim como aconteceu com o Katrina.
Veja algumas fotos impressionantes
Se você quer ter uma idéia do que é um furacão assista o vídeo...