Na parte anterior falei que cruzamos o Bronx e a ponte George Washington em direção a New Jersey. Partindo do princípio que este blog não é pra contar a minha vida e sim as impressões que tenho dos EUA e coisas que aprendo, não posso deixar de falar. Achei que New Jersey não tem o charme que outros lugares dos EUA têm (pra ser educado certo?). É claro que deve existir bairros bonitos, mansões, porque não é à toa que o estado é chamado de "the garden state". No entanto a maioria das ruas, a maioria das casas, pelo menos por onde passei, eram "bem simples". Talvez tenha sido o céu cinza e a chuva constante? Os prédios, casas e fábricas abandonados? As árvores secas? Realmente não sei. Até comecei a dar mais valor a paisagem Floridiana. Embora aqui seja "terra de ninguém" como dizem, a paisagem é fantástica.
A casa da prima do Robert e a rua que ela mora foram uma surpresa. De fora a casa parece pequena, mas tem quase 200 metros quadrados em três andares. Quatro quartos, três banheiros, sala e uma "eating kitchen". Não se trata de uma "cozinha comestível" e sim uma cozinha espaçosa onde pode-se fazer refeições. Um cozinha que "caba" :) uma mesa com pelo menos, quatro cadeiras, já que as cozinhas americanas geralmente têm o bar ou uma ilha. Por isso chama-se "eating kitchen". O porão (bacement) tem sala com lareira, banheiro, bar, cozinha e lavanderia e foi lá que ficamos por três noites. Temperaturas negativas do lado de fora da casa, mas no porão acarpetado, com a lareira ligada, dava pra ficar de camiseta e shorts. Uma delícia...
A casa do Glen e da Dawn |
A rua em que eles moram |
A casa ao lado |
A Dawn (pronuncia-se dón), prima do Robert casou-se com o Glen no mês passado após cinco anos de relacionamento. O Glen tem dois filhos do primeiro casamento, Belinda (11) e Christian (9). A Dawn tem uma linda filha adolescente Samantha (17). O quarto dela é o "all American girl's room". (Esclarecendo esse termo que aprendi a poucos dias, "all American girl" refere-se às jovens americanas que "parecem" americanas, bonitas, gostam da música do momento, boas alunas na escola, filhas amáveis, honestas, que participam da torcida organizada (cheerleaders) do time de futebol do high school, etc. Essa foi a descrição que "americanos" me deram). O quarto da menina era forrado de fotos de astros da TV e da música, bichos de pelúcia, bijouterias, etc. Exatamente como alguns quartos de adolescentes que vi em filmes americanos quando vivia no Brasil. Fiquei com vergonha de pedir pra fotografar...
Samantha, Belinda, Dawn, Glen e Christian. |
As "crianças" na casa da Dawn são educadíssimas, sem deixar de ser crianças, claro. A Dawn e o Glen são amáveis, porém firmes. Por exemplo, quando chegamos, todos estavam fazendo lição de casa na mesa da cozinha, antes do jantar ser servido. Só saía da mesa quando a lição do dia estivesse terminada. Comemos espaguete com almôndegas e linguiça calabreza. Delícia...
Belinda e Christian jogando video game no porão da casa. |
Mais delícia ainda foi provar o famoso pão de New Jersey. Depois que eu voltei da França achei que em nenhum lugar do mundo comeria pães como os franceses. Pegue a melhor padaria de São Paulo, a mais cara, a mais famosa. Talvez produza o pior pão da França. Tem que provar pra falar. Em New Jersey, no primeiro café da manhã, eles compraram um "misto quente" no Kaiser Roll. Um pão delicioso, como os franceses. Depois as baguetes e todo o resto. Segundo eles, a água favorece a preparação. Percebi que eles são bem orgulhosos dos pães que produzem no estado (assim como os franceses).
E já que estava em New Jersey, é claro que queria ir no cemitério visitar o túmulo da Whitney Houston. Você sabia que ela foi enterrada com jóias avaliadas em meio milhão de dólares? Sobre o caixão, uma pesada base de concreto foi colocada para impedir que "loucos" profanassem seu túmulo para roubar as jóias da cantora. Eu creci ouvindo as músicas dela, sempre gostei, sempre me admirei, sempre me indgnei e queria ver o túmulo. Já no cemitério era difícil de acreditar que aquela pessoa com aquela voz maravilhosa que eu ouvi ao vivo (pela TV) em 1989 estava debaixo da terra em algum lugar por alí. Surreal...
O cemitério particular é difícil de encontrar. O GPS do carro indicava não haver "data" correspondente ao local (porque será?), mas meu telefone nos levou direitinho no lugar. Mas como encontrar um túmulo em meio a milhares? Depois de rodar e rodar e rodar decidi perguntar para um segurança sabendo que não seria uma boa idéia. Ele respondeu "o túmulo está em um lote particular reservado somente à família e eu não posso deixar que vocês cheguem até ele". Conclusão, fomos "escoltados" até a saída do cemitério. Mas graças à tecnologia atual e ao Photoshop eu tenho meu momento "close" ao túmulo. Um dia ainda tento novamente, deixa comigo...
lugar difícil de achar |
Como não queria chamar a atenção guardei a máquina assim que entramos |
No dia seguinte, partimos de trem de New Jersey para New York para passar o dia. Estava muito ansioso para visitar a cidade depois de 17 anos, principalmente o memorial do 11 de Setembro e as decorações de Natal. Mas como as fotos são inúmeras, esse relato fica para a parte III.
Agora pra você ter uma idéia de como Whitney Houston cantava ao vivo, aqui vai o único video do Youtube que está disponível sem cortes do Grammy 1989 que eu assisti ao vivo pela Globo naquela madrugada.
Olha o que são as escolhas que a gente faz na vida. "Deus é bom por deixarmos escolher, mas é justo para deixar que colhamos os frutos das nossas escolhas..." Como diz a minha mãe, "tóxico é uma desgraça" (ela fala tóchico... :)
Te espero na parte III.
Te espero na parte III.