quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Tão Esperado 4 de Julho


          Se existe uma coisa que os americanos gostam de fazer é comemorar. E quem não gosta de uma festa não é mesmo? Mas o 4th of July (4 de Julho), data da Independência dos EUA, é um dia memorável para quem vive na Terra do Tio Sam. Esqueça o tédio dos desfiles do 7 de Setembro no Brasil. No feriado do 4 de Julho os americanos “vestem” o país inteiro de vermelho e azul e em todas as cidades, famílias irão fazer o barbecue (churrasco), saborear as tortas de maçãs, os bolos e cup cakes enfeitados de vermelho e azul. Ah, e não esqueça da queima de fogos!
Créditos
          Eu realmente acho digno válido. Eis aqui um bom motivo para comemorar. O dia em que os Estados Unidos se livrou da tirania e da exploração britânicos. Lendo um pouco sobre a Independência dos EUA, coisa que com certeza eu devo ter estudado na escola em uma época que para mim não deve ter feito o menor sentido, aprendi algumas coisas interessantes. Por exemplo, não sabia que a independência havia sido adquirida sob guerra da população contra os exércitos britânicos. Outro ponto interessante  e um dos motivos da guerra foram as altas taxas de impostos cobrados pela coroa para financiar as guerras em outras terras e colônias. Fiquei pensando... Se esse é um motivo válido, cada brasileiro devia ter o direito de se declarar “independente” do governo brasileiro porque, fala sério, se existe um país que explora a população na questão dos impostos esse país é o Brasil. 10 mil brasileiros no ano de 2010 fizeram isso ao se naturalizarem americanos segundo informações da imigração dos EUA. Não deixa de ser uma declaração de independência, não acha? E certamente outros milhares de brasileiros que aqui vivem fariam o mesmo, se pudessem.
          Em todas as mídeas vemos e ouvimos falar dos preparativos para o 4 de Julho. Até minha professora me perguntou ontem quais são meus planos para o feriado da segunda feira. Os jornais das lojas e supermercados que recebemos pelo correio estão enfeitados de vermelho e azul com promoções para a compra dos “pratos típicos” do feriado. E tem de tudo viu? Pratos, copos, bandeirinhas, enfeites para o carro, para casa, etc. Assim como americano enfeita tudo para o Halloween e Natal, assim também faz para o 4 de Julho.



Edicício em Miami com iluminação para o
feriado de 4 de Julho
     
O folheto do "Publix" veio vestido de vermelho e azul com
frases e comentários a respeito do feriado.
          E não é somente as estrelas da bandeira que vão brilhar na segunda feira. As estrelas Pop também terão seu lugar de destaque. Beyonce, Dolly Parton, Justin Bieber e um apanhado de outros cantores e artistas já anunciaram shows na noite da queima de fogos. A obcessão dos americanos para com a perfeição em tudo faz com que esses shows e apresentações sejam realmente um espetáculo para os olhos e ouvidos. Deixam a Ivete Sangalo em cima do trio elétrico parecendo a índia Jupira da República das Bananas.


Não gosto da Ivete nem de Trio elétrico...
          E já que eu estou na Terra do Tio Sam vivendo com uma família americana entrei na dança também. Amanhã vamos ao supermercado comprar alguns itens para o churrasco do feriado e eu, é claro, irei fazer uma torta vermelha e azul  composta de morangos e blueberries. Para aqueles que estão torcendo o nariz saibam que eu não vou comemorar o 4 de Julho porque, afinal não sou americano. Mas perder a oportunidade de preparar e saborear algo delicioso, em companhia de boas pessoas que gostam de mim, ah isso eu não perco!

Tudo azul e vermelho, assim como a bandeira americana.
Até o Google entra na dança

Os fogos são realmente fantásticos...veja o vídeo do Youtube




Ps. Fiz a brincadeira com a Ivete por pura vingança. No Criança Esperança de 2007, ela abraçava e beijava as crianças na frente das câmeras. Na saída do prédio, centenas de crianças esperavam o momento de ver Ivete. Ivete saiu, de cara fechada, sem sorriso e embora todas as crianças gritavam seu nome e ascenavam para a "estrela" ela sequer dirigiu o olhar para eles, preferiu ignorar... Eu queria ser criança nessa hora com um tomate podre na minha mão :@
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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quem pergunta quer resposta!

Um ano atrás quando eu iniciei o blog jamais pensaria que receberia tantas visitas e principalmente comentários. No princípio, recebia em torno de 15 visitas. Sete delas era eu mesmo acessando o blog. Com o tempo as visitas foram aumentando (o número de posts também) e comecei a receber também emails dos leitores. Coisas de todo tipo. Desde cantadas, desabafos até muita gente com dúvidas. De uns tempos para cá os emails contendo dúvidas aumentaram muito e chegou a um ponto que não consigo mais responder. Para responder a todos eles teria que ficar o dia inteiro na frente do computador. Então é disso que eu vou falar. “Como” e “o quê” perguntar. Também como encontrar as repostas.

Certo dia eu li no blog La Cucinetta uma frase que a Ana escreveu: “Pergunte com educação que eu tento responder”. Fiquei pensando, como alguém pergunta alguma coisa de maneira mal educada? E não é que tem mesmo? Por exemplo, se você vai comentar no blog e principalmente se quer fazer uma pergunta, ao menos tem que deixar o seu nome. Uma introdução também é de bom gosto. “Olá Renato! Meu nome Vanderlúzia e moro em Tribuçú do Norte...queria te perguntar...” e assim vai. Nem precisa dizer “adorei o blog”, entendeu? Agumas pessoas perguntam nos comentários ou mesmo por email assim: “O que o americano come no café da manhã?” e nem mesmo deixam seu nome. Acha que eu me sinto impelido a responder? Em primeiro lugar, se não disser as palavras mágicas “por favor”, “obrigado”, “até logo” aí que eu não respondo mesmo porque se tem uma coisa que eu detesto é sentir que sou ‘obrigado’ a fazer algo. Não precisa de beijos e abraços no final, mas gente, educação cabe em qualquer lugar. Até mesmo em um comentário de blog. E o quê perguntar?


Esse é o segundo ponto que eu queria falar. Eu, myself, de bom grado, uso meu tempo para digitar, corrigir, revisar, pesquisar o português, coletar informações, fotos etc e não cobro nada por isso. De ninguém. Mas uma coisa é certa. Escrevo uma vez só. Portanto, antes de perguntar, certifique-se de ter pesquisado bem sobre o assunto. Por experiência própria, quase tudo, com respeito a documentos e processos conseguimos encontrar na internet. O mecanismo de busca do blog também ajuda muito e as pessoas podem localizar por palavras chaves os textos onde expliquei o assunto procurado. Se não encontrou depois de “muito” procurar, aí sim pode perguntar, porque pode ser mesmo uma coisa difícil de saber e que eu ainda não mencionei no blog. Agora, o quê as pessoas me perguntam que me dá rugas na testa quando leio?

Primeiro coisas que eu já falei em outros posts. A pessoa nem leu nada no blog e quer uma entrevista particular comigo. Gente, eu sou quase uma celebridade dá licença? Hehehe... Brincadeiras à parte, algumas pessoas me perguntam: “Hey, quando você chegou aos EUA? Está fazendo o quê aí? Mora com quem? Em qual cidade? Que faculdade?” E eu posso com isso? A pessoa nem se deu ao trabalho de ler o “sobre mim” na coluna lateral do blog. Me fala se não é para a pessoa ter um revertrés? Outras perguntas também são de doer: “O que é Green Card? Eu vou estudar nos EUA, preciso de visto? O Visto me dá direito a Green Card? Como eu faço para arrumar um emprego? Eu quero legalizar toda a minha família, como eu faço?” L Eu fico até com dó mas em um dia eu recebo em média 5 emails como esse. Eu ainda tomo do meu tempo para colocar os links onde estão as informações e a maioria fica brava porque eu não respondi e nem retornam agradecendo. Ficam de mau comigo L

Eu sei que muita gente sincera tem esses tipos de dúvidas básicas. No entanto, uma simples pergunta “como eu faço para arrumar um emprego?” ou “como posso legalizar toda a minha família?” dá para escrever um livro sobre o assunto. E algumas ainda sem detalhes nenhum como  “Hey, 5 mil reais dá bem para passar as férias nos EUA?” e eu tenho que adivinhar quantas pessoas vêm, o lugar visitado, hotel, compras etc...Percebe-se que alguns não fizeram pesquisa nenhuma  e querem as respostas mastigadas.
Outras perguntas básicas nós podemos encontrar a resposta sozinhos no site da embaixada, e lendo os textos de muitos blogs por aí como por exemplo o Brasileiros nos EUA, Viver nos EUA, Sair do Brasil, Brazil com Z e uma centena de outros.

Por esse motivo, eu resolvi criar uma página chamada “Perguntas freqüentes” que ficará na parte superior do blog. Vou colocar ali todas as perguntas que as pessoas me fizeram até hoje. Estou varrendo o blog à procura delas porque eu sei que em 90 textos é difícil achar a resposta que se quer. De qualquer maneira, gostaria de dizer a todos que escrevo para o blog com maior prazer. E sinto prazer de responder as perguntas de todos. Gostaria de ter o tempo necessário para responder a cada um. Eu adoro quando as pessoas me perguntam e fico ainda mais contente quando me perguntam algo que eu não sei ou não havia pensado. Outro dia mesmo um leitor (Alexandre) fez perguntas super relevantes que achei importantíssimo as respostas ficarem registradas no blog. Por esse motivo as dúvidas dele, que devem ser também de muitos outros, constarão do nosso FAQ (Frequent Asked Questions) ou Perguntas Freqüentes.


Concluindo então o assunto para todos os leitores e visitantes. Pergunte o que quiser mas pergunte com educação. Pesquise primeiro, se não achar, pode perguntar. Se a pergunta for muito básica eu tomarei tempo para indicar onde encontrar as respostas e não deixe de olhar a última Coca-cola diet do deserto que é a nova página “Perguntas Frequentes”.  :-)



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Se eu estivesse no Brasil

Este texto foi primeiramente postado no site Brasil com Z

Algumas coisas nem precisam ser mencionadas, como saudades da família e dos amigos. Mas além disso, sinto falta de algo do Brasil? Fiquei a pensar…Foi difícil encontrar alguma coisa.
O motivo é porque encontra-se em Orlando a maioria das coisas que encontramos no Brasil. Produtos similares e vale dizer, alguns muito superiores, como por exemplo amaciante de roupas que “amacia” mesmo. No Brasil não existe uma marca que se compare.

Aqui também existem dois supermercados brasileiros para aqueles que sentem falta dos produtos do Brasil. Por exemplo, se você quiser comprar um joelho de porco, não vai encontrar senão no mercado brasileiro, na seção de produtos para feijoadas. Nem mesmo em lojas hispânicas eu encontrei isso por aqui. Mas, sinceramente, eu nunca comi joelho, orelha, etc de porco. Essas coisas exóticas que muitas pessoas comem no Brasil eu nunca gostei.

Quando eu estou com vontade de comer arroz com feijão, ou outro prato brasileiro, eu simplesmente vou ao supermercado, compro os ingredientes e preparo. E a família americana aplaude. Muito pelo fato de que a maioria da comida caseira da classe média só leva sal e pimenta. Eles ficam impressionados com a comida brasileira por causa dos temperos que dão sabor e perfumam a casa.
Supermercado brasileiro na International Drive

Outro dia me vi com uma vontade tremenda de comer Nissin Lamen (o antigo e adorado miojo). Não encontrei nos supermercados daqui nenhum produto semelhante. Rodei 20km até o supermercado brasileiro para comprar e a família americana não gostou! Bom, para falar a verdade não é algo que alguém se orgulhe de comer, certo? Mas, que faço eu? Gosto do danado…

Imagino que para muitos dos colegas que aqui escrevem, deve sim fazer falta muitas das coisas que tínhamos no Brasil. No meu caso, qualquer coisa que eu queira acho no supermercado brasileiro, no supermercado normal e também na padaria brasileira na International Drive. Lá tem pastel, cochinha, pão francês, sonho, quindim, etc à preço ”quase” de ouro. Outro dia fui com um amigo, comemos 2 pães na chapa, dois sucos de laranja, um pastel e uma coxinha. A conta ficou em 18 dólares. Com esse valor, duas pessoas comem em um restaurante médio aqui nos EUA. O americano que estava comigo achou “muito” caro pela quantidade que comemos. A qualidade também não é das melhores e o atendimento é péssimo. Mas se dá muita vontade de comer essas coisas (dificilmente) eu até encaro.
Padaria brasileira ao lado do supermercado da foto acima

Agora quer saber mesmo o que eu sinto falta e isso é muito difícil de conseguir copiar? Sinto falta da comida da minha mãe. Do pão caseiro de mandioquinha que ela faz (e que o meu nunca fica igual), do bife à milaneza sequinho e crocante, do strogonoff “dela”, da feijoada “dela” e do arroz com feijão “dela”. Minha mãe mora em uma cidade de 10 mil habitantes no interior de São Paulo. Na cidade inteira corre a fama que ela é uma cozinheira de mão cheia. Ser convidado para uma refeição em sua casa é um privilégio. Sim…isso não se acha por aqui, a comida da minha mãe…

Mãe te amo e estou morrendo de saudades... "(

terça-feira, 14 de junho de 2011

Saudades do Pão Francês do Brasil

Poucas coisas, além da família e amigos, me fazem falta aqui nos EUA. Outro dia desses me peguei pensando se havia algo do Brasil que eu realmente sentia falta. Claro que algumas coisas agora começam a fazer falta como por exemplo reunião de família, viagem com amigos, pastel de feira, bolinho de bacalhau...e o que mais? Agora não sei dizer. De vez enquando vem aquela vontade ou saudades de algo que, rapidamente se vai e eu esqueço do que se tratava. Acho que já me acostumei com o café da manhã “heart attack” americano, o almoço miserável e o jantar às 5:30 da tarde. Tive que arrumar alguma coisa para comer às 9 da noite porque à essas horas eu estou faminto.

Uma coisa que eu gosto de São Paulo é o pão francês que, ironicamente, não existe na França. Algumas boas padarias de São Paulo como a Orquídea Chic de Moema, a Galeria dos Pães de pinheiros têm um pão francês delicioso. Pão francês me transporta para minha infância. Me lembro de buscar o pão na padaria de manhã e de tarde por volta das 4 da tarde quando tomávamos o café.
A Galeria dos Pães na Rua Estados Unidos em SP
tem até estacionamento com manobrista...
@achodigno


O pãozinho francês faz falta e como a padaria brasileira fica a 20km daqui não é sempre que eu tenho disposição de ir até lá para buscar alguns pãezinhos. Para falar a verdade, nem compensa muito viu? Não é aquelas coisas...e o atendimento é péssimo. Acho que as balconistas trabalham contra vontade pelo salário exploratório e descontam nos clientes. Tirar um sorriso dalí é quase uma Missão Impossível...

Devia chamar-se Pão Mais ou Menos
Pensando nisso foi que eu tive a infeliz idéia de tentar fazer pão francês em casa. Pão, definitivamente não é uma coisa fácil de fazer. Existem dezenas de fatores que podem fazer com que o pão dê certo ou dê errado e, pode confiar, o universo conspira contra você. Quando não é o fermento, é a temperatura, o tempo de crescimento, a umidade do ar e tantas outras coisas. Para você ter uma idéia, em uma de minhas tentativas resolvi tirar o pão após o crescimento de uma forma para outra. Pois bem, ele muchou, não cresceu novamente e ficou terrivelmente duro. Quem é que pode explicar uma coisa dessas?

O caso é que eu vasculhei o Youtube em busca de uma receita de pão caseiro. Como o youtube está cheio de gente que acha que sabe não? Levei tempo mas encontrei um vídeo de uma carioca que gostei. Ela, com muita didática explicou a receita do pão caseiro da vó Diva que, segundo ela, era o melhor pão caseiro que ela tinha comido na vida. Tentei uma, duas, três...umas dez vezes até o pão sair bom pela primeira vez. Confesso que algumas vezes eu tinha vontade de literalmente atirá-lo na parede, pisoteá-lo, etc. Passar 2-3 horas preparando algo que, depois de pronto, não se mastiga, é realmente frustrante. Sem contar as dores no meu braço direito de tanto sovar massa após massa. Mas eu não desisti porque, posso te dizer? Eu sou ruim....ruim mesmo! Sabe aquela ruindade, teimosia, determinação? Vira como que uma obcessão e eu não paro até dar certo. Baixa o exú padeiro em mim e não tem quem me faça desistir.

O melhor vídeo que encontrei sobre pão caseiro...

A cada dois dias fazia um pão novo e por um motivo diferente dava errado novamente. Até que um dia, já na décima, décima quinta vez não sei, o pão saiu brilhante de dentro do forno, alto, robusto, dourado, cheiroso e eu desconfiei que algo não cheirava bem. Até que o parti e experimentei um pedaço. Hummm estava delicioso! Depois desse dia, nunca mais um pão saiu errado. Como me disse uma pessoa amiga, “é uma peleja pra pegá a mão, mas depois que pega a mão aí vai”. Nem pense em traduzir essa frase ou conceito para o inglês! (rsss) Não existe equivalente na língua inglesa.

A receita simples do pão da vó Diva (adoro esse nome, já pensou chamar-se Diva?) você pega aí no vídeo do Youtube. O que eu quero fazer agora é compartilhar alguns fatos mesmo porque não sou cozinheiro e esse blog não é o La Cucinetta.

Nos EUA é muito difícil encontrar fermento fresco. Nem mesmo no supermercado brasileiro de Orlando eu encontrei fermento Fleischmann’s fresco que é o da receita da dona Diva. Aqui, se encontra bastante o fermento desidratado. Não precisa dizer que foi uma cruzada descobrir o equivalente de fermento desidratado para a quantidade de fermento seco da receita. Além do fato que existem dois tipos de fermento desidratado. O Active Dry Yeast e o Rapid Rise Yeast. Tentei várias vezes fazer com o active dry e não deu certo. No envelope do Rapid Rise, as instruções dizem para colocar direto na farinha mas eu deixo 5 minutos na água morna/quente até criar a espuma(instruções para o active dry, mas dá mais certo!)
Embora as instruções digam que pode-se colocá-lo diretamente
na massa eu deixo em água morna por 5 minutos antes de colocar na massa.

Minhas experiências com ele não deram muito certo.
Vários blogs falam da primeira e da segunda fermentação, alguns só deixam crescer uma vez. Bom, não precisa dizer que tentei várias vezes das duas maneiras e a que funcionou mais para mim é deixar crescer uma vez só. Direto na forma onde se vai assar.

Coloco diretamente na assadeira
 
Após 70 minutos
 
Depois de 35 min de forno
Eu recomendo que você compre uma batedeira que tenha o gancho para massas. É uma maravilha da modernidade. Em 5 minutos mistura a massa muito bem, desgrudando tudo das paredes da vasilha da própria batedeira. Depois você amassa na mão por mais 5 minutos. Mas quer saber um segredo...não faz a mínima diferença. Tentei várias vezes dos dois jeitos e o pão ficou igual.


 
Veja como a massa desprende toda das paredes da vasilha...
 A receita do pão francês é simples e ele fica muito bom. Peguei no site do La Cucinetta. Fiz duas vezes e o Robert teve a idéia de um dia comer o pão com a carne moída come vagem que eu tinha feito para o jantar. Ficou ótimo! Só faltou ser servido na bacia de alumínio como nos casamentos do interior de SP. :-) (detalhe, a mesma bacia que se usa para lavar roupa!).

Ficou bem parecido. Melhor que o da Pão Gostoso...
Comemos o pão com carne moída sim mas, palitar os dentes depois jamais!! Para acabar de vez com a minha reputação de pessoa fina, só mesmo o arroto clássico do Robert e da mãe dele! Pode? :/

Ps. Veja este post sobre o costume americano de arrotar na mesa (e fora dela) aqui no site da Lorna.

Ps2. Esta receita de pão italiano é facílima e nem precisa sovar porém, a fermentação é de 18 hs. Eu fiz e ficou uma delícia!


sexta-feira, 10 de junho de 2011

É Pique! É Pique! É Pique, É Pique, É Pique...


Você sabia que há 1 ano nascia o blog “Um Brasileiros na Terra do Tio Sam”? Sim, foi em 10 de junho de 2010 que publiquei meu primeiro post e para comemorar está data vou compartilhar com você algumas curiosidades do blog.


Curiosidades a respeito do blog.

Você sabia que:

A idéia de escrever o blog veio do filme “Julie & Julia”? Eu nunca tinha ouvido falar da Julia Child que, por décadas, ensinou os americanos a cozinhar.


Meryl Streep e a verdadeira Julia Child


Um dos motivos de escrever o blog foi que eu estava cansado de escrever as mesmas coisas vez após vez quando parentes e amigos me pediam notícias?

A grande maioria dos amigos e parentes não lê o blog?

O blog começou com 7 visitas diárias o que eu achava sensacional? Hoje o blog recebe 50 visitas por hora e mais de 600 por dia. Eu ainda não me acostumei com a idéia... Embora existam blogs que recebam 3 mil visitas diárias!

O blog ficou em segundo lugar no concurso TOP 100 Blogs de Experiências Internacionais? Hoje "se" inscrevi no TOP BLOG 2011. Vote, please! :P


Já fui ameaçado por email por “patriotas” brasileiros em posts que falam sobre o absurdo dos preços do Brasil? Também já fui chamado “desertor”, “traidor” e “retardado” por falar a verdade sobre o “paraíso” da América do Sul.

Já recebi convites para escrever para 10 outros blogs e sites? Atualmente escrevo para o Brasileiros nos EUA, Sair do Brasil, Brasil com Z e escrevi um post convidado para o Viver nos EUA.

A editora da revista Motor Home do Brasil pediu autorização para publicar meu texto "Como e Quanto Dinheiro Levar em uma Viagem ao Exterior"? 

Um político no Brasil pediu para usar o texto que eu escrevi para o Viver nos EUA em uma reunião entre políticos?

O post mais lido do blog é o “Porque o Carro no Brasil Custa Tão Caro” que já foi lido mais de 15 mil vezes? O segundo é “Preconceito Contra Brasileiros nos EUA, Existe?” que já foi lido 10 mil vezes.

Brasileiros e outras pessoas que falam português de 1509 cidades em 75 países já visitaram o blog?

Pois é amigos, nem eu imaginava que tantas coisas aconteceriam nesse primeiro ano de vida do blog. Eu fico contente de compartilhar as experiências que tenho tido aqui nos EUA com quem aprecia. Já recebi muitos comentários de agradecimento pelas dicas e orientações que coloco aqui no blog. Sei que um dia, quando eu estiver bem velhinho e já com problemas de memória, irei me divertir lendo os textos e relembrando cada momento aqui registrado. Parabéns pra nós!!

Ps. shisssss! Na verdade o aniversário do blog foi ontem mas, não conta pra ele porque eu esqueci! :-)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Custo de vida Brasil x Eua

Caros amigos,
Algumas semanas atrás, a Lú do Viver nos EUA pediu que eu escrevesse um post convidado para o site dela. O assunto sugerido era impostos, salários e uma comparação com o Brasil. Engraçado que alguns leitores aqui me pediram um post assim mas eu nunca tive coragem de escrever por se tratar de um assunto super complicado e, às vezes, um pouco relativo. No entanto, ponderei que possuía as ferramentas necessárias para escrever um artigo assim. Já trabalhei em Banco e com consultoria financeira. Já fiz cursos de contabilidade e economia (no banco) e já fui professor de matemática. Tentei escrever o mais simples possível assim qualquer pessoa pode entender o conteúdo. Não deixe de visitar o site do Viver nos Eua. Lá você encontra uma tonelada de informações sobre a vida nos Eua.
Abs a todos!

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Escrever sobre salário, custo de vida e impostos não é tarefa fácil. Um bom salário para uns, pode não ser para o outros. Além dessa questão ser bem relativa, com respeito à impostos, existe a dificuldade de fazer comparações porque as leis referentes a impostos são diferentes e complexas de país para país. Nem mesmo o nome dos impostos são os mesmos, quanto mais a maneira em que são coletados.

Pense no Brasil. Nós que não somos economistas, sabemos dizer o valor das taxas e em quê incidem todos os impostos cobrados no Brasil? Alguns talvez sim mas, nos perdemos em meio à lista. PIS, COFINS, ICMS, IPI, IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR e por aí vai. Sabemos que a quantidade de imposto pago no Brasil é absurda porque ouvimos gente que entende do assunto dizer. E os brasileiros sentem no bolso o pêso dos impostos quando adquirem bens, produtos e serviços ou quando pagam o imposto de renda.

Alguns exemplos de quanto os brasleiros pagam de impostos sobre
produtos e serviços
http://www.quantocustaobrasil.com.br/

Segundo o site de notícias da TV Record, em 2010 os brasileiros trabalharam 148 dias só para pagar impostos, ou seja, até o dia 27 de maio(149 dias em 2011). Já os americanos trabalharam 102 dias, ou seja, até o dia 12 de abril. Por esta informação já se percebe que a carga tributária nos EUA é menor que a do Brasil. Segundo o site do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), 40,54% do salário dos brasileiros vai para impostos diretos e indiretos enquanto somente 25,8% do salário dos americanos são pagos em impostos.


Fonte: IBPT
E como são os salários nos EUA? O que é um bom salário nos EUA? Outra pergunta muito difícil de responder pois o assunto é muito relativo. De acordo com o Census Bureau 2010, nos EUA, a linha da pobreza está para 1 pessoa que ganhe menos que 10.830 dólares anuais. Isso dá uma média de 900 dólares mensais que está abaixo do salário mínimo americano.

Por falar em salário mínimo, aqui podemos fazer uma comparação. Nos EUA, o salário mínimo está em 7,25 dólares/h. Fazendo-se o cálculo para 40 horas semanais chegamos ao valor de US$ 1.160 mensais. No Brasil o salário mínimo é R$ 545,00 mensais, o quais, divididos por 40 horas, chega-se a R$ 3,37 reais por hora trabalhada. Outro dado é, ao mesmo tempo interessante e revoltante. Foi constatado que somente 1,5% da população americana ganha 1 salário mínimo ou menos que isso. Muitos que recebem o salário mínimo, trabalham em locais onde a gorgeta é a principal fonte do rendimento, como em restaurantes. Já no Brasil, 60,1% da população tem que sobreviver com 1 salário mínimo ou menos que 545 reais mensais.

A tabela abaixo mostra a média salarial para os EUA e também para alguns estados americanos. Segundo o site Mybudget 360º, 50% da população americana recebe 46 mil dólares ou mais por ano em salários.


Logicamente a próxima questão seria se, mesmo com um salário mínimo alto, dá para se viver bem nos EUA?
Em alguns estados dos EUA o custo de vida é mais alto. Porém, vimos também que somente uma pequena parcela da sociedade ganha 1 salário mínimo ou menos. O que eu posso dizer a esse respeito é o que vejo e presencio no dia a dia da família comum americana. Mesmo em casas de pessoas consideradas pobres aqui, você vê que elas têm ar condicionado, aquecimento, TV à cabo e carro na garagem. Mas vamos falar um pouco sobre preços.

Vamos usar como primeiro exemplo, um produto da cesta básica. Você pode ver os impostos incidentes nesses produtos no site da Annel 

No site citado encontra-se a taxa de 32,33% de imposto que o consumidor paga em 1 kg de açúcar. E quanto o consumidor americano paga de imposto sobre o açúcar nos EUA? Zero! Sim, produtos de primeira necessidade como leite, ovos, açúcar, arroz, batatas, feijão, etc, você pode ir ao supermercado e ver no recibo: Tax – 0,00. Para os demais, o imposto é um só, 6,5%. Aqui podemos fazer uma outra comparação usando o açúcar. 1kg de açúcar custa em um supermercado médio brasileiro R$ 3,20 (79 centávos de impostos). Nos EUA, o mesmo kg de açúcar eu paguei na semana passada US$ 0,98. Um kg de açúcar representa 0,6% do salário mínimo brasileiro. Um kg de açúcar nos EUA representa 0,08% do salário mínimo americano. Não precisa ser economista para perceber que, além de receber mais pela hora trabalhada, o dinheiro do americano rende (ou compra-se) muito mais. Isso sem falar no valor pago por inúmeros outros itens como eletrodomésticos, carros, vestuário, gasolina, etc. Não é à toa que, em viagens aos EUA, os brasileiros enchem suas malas e o governo brasileiro tenta controlar a entrada desses itens no país. Se quiser ver um comparativo no preço dos carros leia o post específico que eu escrevi sobre carros aqui

Por último é válido mencionar o valor das contas de água e energia elétrica. Veja o exemplo da família americana com que vivo atualmente. Aqui pagamos 15 cents o kwh (kilowatt/ hora) enquanto no Brasil o kwh pode chegar a 49 centávos de real. A conta de luz na casa da minha família no Brasil, no mês passado foi de R$ 429,00 por 1004 kwatts enquanto aqui pagamos US$ 298,50 por 2023 kwatts. Tantos KW se devem ao fato de possuirmos ar condicionado e aquecimento, forno e fogão elétricos e aquecimento central de água. No Brasil este consumo ficaria em torno dos 900 reais.

O metro cúbico de água pagamos 60 centávos de dólar e 33 dólares de água/esgoto. No Brasil paga-se, em média, 2,55 reais por metro cúbico de água. Mais que 4 vezes o valor que paga-se nos EUA. Usando 19m3 de água, pagamos 44,58 dólares enquanto que, no Brasil, estes mesmos 19m3 custariam 140,92 reais incluindo-se o valor da água e esgoto multiplicados por 2 para consumos maiores que 15m3 (estes valores podem mudar dependendo de onde se vive, mesmo aqui ou no Brasil).

Embora os americanos reclamem dos preços, dos salários e dos impostos, é invitável perceber que quase tudo custa muito mais barato que no Brasil e que pessoas com trabalhos simples (como carteiros, caixas de supermercado, etc) podem ter casas e carros que somente a classe média alta do Brasil possui. Esses e muitos outros motivos fazem dos EUA o país número um em número de imigrantes que aqui vêm em busca de uma vida melhor ou, pelo menos, um pouco mais justa.

De janeiro a maio de 2011 os brasileiros já pagaram 603 bilhões em impostos...

Não deixe de ver este vídeo interessantíssimo que a Veja colocou em seu site





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