sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Porque o Americano gosta de Carpetes?



           Algumas pessoas quando ouvem essa palavra já torcem o nariz. Principalmente no Brasil, o carpete tem má fama. Há um tempo atrás eu descobri que essa fama toda não faz juz ao pobre coitado do carpete. Os brasileiros, quando pensam em carpete, pensam em sujeira, alergias, micróbios, ácaros, bactérias e outras coisas repugnantes. Mas será que isso tudo é verdade? Sim e não e vou explicar os motivos.
            Meu pai é um adepto da incineração de todos os carpetes no mundo. Por ser médico, ele sabe dos riscos e defende veemente sua posição (como faz também com qualquer outro ponto de vista, né pai?). O fato é que, no Brasil, carpete é um problema na maioria das vezes. País tropical e carpete não parece uma coisa que combine. Mas a Flórida também é tropical e encontra-se carpete em todo lugar. Onde os americanos estão com a cabeça?

Carpete do Aeroporto Internacional de Orlando
            Já por três anos na escola de design eu aprendi muitas coisas que me deixaram espantado e entendi bem esse gosto por carpetes que os americanos têm. E quais são os motivos? Vou compartilhar com os leitores os benefícios do carpete que são comprovados cientificamente. Mas para isso é preciso ter a mente aberta, livre de conceitos pré-concebidos.
            Em primeiro lugar o carpete traz conforto e segurança. O carpete protege do frio, é comprovado que reduz o risco de acidentes (principalmente com crianças e idosos) e faz bem à saúde dos pés e da coluna. Vamos ao primeiro ponto. Em estados frios, onde neva, o carpete serve como isolante térmico, protegendo as pessoas do frio que vem dos pisos frios como concreto, azuleijo e pedras naturais. A maioria das pessoas concorda que no frio, carpete no quarto é bom, pode se andar descalço enquanto as fibras massageiam os pés. Em atividades onde as pessoas passam muito tempo em pé, o carpete ajuda a diminuir o impacto do calcanhar com o solo (principalmente mulheres que usam sapatos de salto ou sandálias). Esse impacto que também é transmitido à coluna vertebral é absorvido pelo carpet. Por esse motivos vemos carpetes em aeroportos, shoppings, cassinos, hospitais, escolas, escritórios (principalmente os com muitos computadores, o carpete serve ainda de isolante estático/elétrico), universidades e restaurantes. Foi constatado que 85% das pessoas que trabalham em pé em pisos de madeira e pisos frios, sofrem diariamente de dores nas costas, pernas e pés, ao contrário dos menos de 30% que trabalham em pé sobre carpetes. O carpete, em estados do norte dos EUA, também reduz a conta de luz com aquecimento das casas no fim do mês...sabia? Mas, restaurantes? Sim, quando eu ouvi a primeira vez fiquei com um ponto de interrogação na testa, dentro da sala de aula.  
Mais seguro para as crianças

Aeroportos

Hotéis

Fotos que eu tirei em janeiro no Hotel Peabody em Orlando



            Onde há comida e bebida nossa cabeça experiência brasileira não admite nada que não seja piso frio. No entanto, pensamos assim, porque no Brasil, não temos os equipamentos necessários para limpeza e manutenção do carpete como os americanos têm. Você talvez esteja pensando "Mas mesmo que se limpe um carpete nunca ficará completamente limpo..." Não é verdade.
            Várias experiências foram feitas neste sentido e mostraram que o carpete pode ser limpo até mais do que um piso frio. Uma me chamou muita atenção. Fiquei passado, engomado e no cabide. Cientistas pegaram amostras de vários carpetes e de vários pisos de madeira e pisos frios. Passaram cultura de bactérias em todos eles e depois limparam ao máximo que poderam. Cada um com o melhor método de limpeza que o mercado possui. Após a limpeza, puseram em contato com as superfícies mãos e pés de mentira mas que imitam a textura das nossas mãos e pés. O que constataram? Que as mãos e pés que entraram em contato com os pisos frios apresentaram mais que o triplo de bactérias que aquelas que entraram em contato com os carpetes. As fibras do carpet liberam as bactérias com facilidade, enquanto os poros dos pisos de madeira e pisos frios retém as bactérias e é quase impossível  de retirar uma boa parte delas. Principalmente em pisos com rejunte largo.



            Mas não são somente os brasileiros que têm preconceito com carpete. Muitas americanos também têm. Aqui mesmo, Robert e Louise fazem careta. Mas eu sei porque. Em uma casa em que se passa meses sem limpar, logicamente o carpete vai contar a todos o porquinho que você é. Ao contrário, com os devidos aspiradores e limpadores de carpetes (residenciais e comerciais), uma vez por semana é suficiente para o carpete parecer novo em folha, mesmo depois de 5 anos. Como no Brasil não temos esses aparelhos, os carpetes ficam sujos e com aparência ruim mesmo antes de um ano.

Aparelho residencial -  preço: 199 dólares


            Mas, e como fazer com manchas? Hoje existem várias soluções para isso. Existem os 'carpet tiles', carpete vendidos em recortes como azulejo que quando colocados juntos ninguém fala onde estão as juntas. Manchou um, é só arrancar e colocar outro novo. Mas o mais interessante não é isso. Os carpetes de hoje, principalmente os de nylon e fibras sintéticas são feito de fibras tingidas durante a fabricação e não tingidos depois para fazer os desenhos. Esses pode-se se jogar cândida que ele nunca perde a cor. Por isso minha professora de "healthcare design" (design da área de saúde) nos disse que no próximo projeto temos que colocar carpetes nas áreas onde as pessoas ficam muito tempo em pé, em hospitais e clínicas. Claro, nunca em salas de cirurgia, centros cirúrgicos e outros, que inclusive aqui, é proibido por lei. Mas em quartos, enfermarias, salas de espera e estações das enfermeiras.
            Na TV, vi recentemente um aspirador/limpador de carpete que limpa o pipi e o cocô mole do cachorro que trocou de ração do carpete deixando novo após somente uma passagem.


 


            Ainda estou em dúvida sobre o carpete na minha futura casa. Nos quartos, com certeza haverá, pois aqui fica limpo e seguro. Além da beleza e do conforto. Aprendi na faculdade que há mais ácaros em cobertores, lençóis e edredons que em um carpete que é limpo toda semana. Fico imaginando uma noite, nevando lá fora, eu deitado na cama, em um quarto acarpetado, luzes só dos abajoures, tomando café com leite e assistindo minha série favorita. Não precisa ser uma mansão, não preciso ser rico. Graças a Deus e à terapia, consigo ser feliz com poucas coisas. Entendeu porque os americanos gostam de carpete?

Varios ambientes com carpete




Solo da lua estampad em carpete.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Moda do Food Truck



            Quem pensa que a moda do Food Truck (caminhão de comida) é nova se engana. Há mais de um século, os americanos já utilizavam o conceito desse restaurante ambulante. O primeiro Food Truck de que se tem notícia foi criado por Charles Goodnight em 1866. Charles sabia da dificuldade que os tocadores de rebanhos enfrentavam quando o assunto era alimentação. Por esse motivo decidiu adaptar um pequeno caminhão militar para levar comida a esses grupos de cowboys. No caminhão não havia refrigerador e a comida era basicamente grãos secos e outras difíceis de estragar. Carne somente salgada ou se algum animal do rebanho se machucasse e tivesse que ser sacrificado. Em 1890 já se via Food Trucks nas noites de Nova Iorque prontos para servir os trabalhadores de turnos noturnos. Já em 1950 cantinas ambulantes invadiram os EUA. 

Food Truck do passado não muito distante

            Em anos recentes o Food Truck voltou ao mercado. Principalmente depois da crise de 2009, quando muitas pessoas perderam seus empregos, os Food Trucks, a meu ver, servem a dois objetivos. Àqueles que perderam seus empregos, uma fonte de renda. Aos que não podem mais pagar restaurantes na hora do almoço, uma opção mais barata de comida preparada na hora. E a comida, como é?
            As opções são muitas. Tem Food Truck para todos os gostos, até vegetariano. Mas logicamente, o que vai trazer mais retorno para o dono do caminhão é o gosto da maioria. Em cidades grandes como Nova Iorque, em um centro mais empresarial, onde as pessoas vão à academia todos os dias e são obcecadas pelo "fat free", comidas muito gordurosas não farão o salário do fim do mês gordinho também. Já no Texas, devo só imaginar o que é servido...Mas existem Food Trucks de várias cozinhas e de diversos horários. Alguns são somente de café da manhã, outros de almoço e também outros só de jantar. Tem comida americana, italiana, grega, japonesa, chinesa, etc.






             Quase em todos os campus das faculdades americanas encontra-se um. Na minha faculdade mesmo tem um estacionado permanentemente. Eu comi lá somente uma vez, porque eu tenho uma coisa com comida preparada por outras pessoas. Sabe, já falei do TOC...Então, se eu pegar cisma do sujeito, não vai. E o rapaz, cujas características físicas não serão mencionadas (porque não importa a raça ou a cor, não há desculpa pra ser sujinho), não usa lenço na cabeça, luvas nas mãos e o pano de prato dele é encardido (o que significa milhões ou trilhões de bactérias). A morte foi quando, acompanhando minha amiga, eu vi ele coçar a cabeça e pegar no pão do sanduíche da menina. Nunca mais, never more! Como eu sei que comida pode matar, prefiro mesmo a diet coke e o saquinho de amendoim das "vending machines" (máquinas de venda) da falsa cantina da faculdade. Mas o corajoso pessoal da faculdade come. E como come...Eu fico puto da vida indignado quando um aluno sai no intervalo e volta com aquela bandeija cheia de batatas fritas, abre a bandeija na sala de aula, e come com as mãos na frente de todos. Até hoje somente um professor, Mr. McWorther deixou claro desde o primeiro dia que comida do Food Truck não poderia ser consumida dentro da sala de aula.

Vending Machines da faculdade.
            Quando se está com fome e esses "alunos" trazem essa comida para a sala de aula é uma verdadeira tortura, afinal a comida cheira bem. Mas esse fato (do cheiro) não passa de isca para a armadilha da obesidade. Não é à toa que este país tem 1/3 dos habitantes obesos. Porque se tem uma coisa que muitos americanos não fazem é se privar de nada que dê prazer, principalmente quando se fala de comida. O que cheira bem e é saboroso, não importa o que for, eles comem.
            Mas nem todo Food Truck é sujinho como o que tem lá na faculdade. Alguns são muito bons, bem limpos e a comida deliciosa. Na Food Network tem até um reality show onde os Food Trucks competem entre si por um prêmio em dinheiro mais um caminhão novinho em folha. A temporada começa com 8 caminhões que viajam a varias cidades americanas. A cada semana, o caminhão com o menor faturamento é eliminado. O show chama-se "The Great Food Truck Race" e o apresentador é o queridinho dos americanos, o chefe Tyler Florence.


            No domingo passado a amiga do Bobby, Sarah, ligou convidando todos aqui em casa para ir em um encontro de Food Trucks do facebook. O quê? Sim, vários food trucks encontram-se em uma praça ou estacionamento de shopping e a festa da comilança se estabelece. Como eu sou anti-multidão, já peguei minha cota da vida inteira de filas no Brasil, não suporto calor (ainda mais em pé no asfalto do estacionamento) e também estou de regime, disse não facilmente e todos concordaram (sabe né, as pessoas seguem as mentes superiores :P), afinal estava na cara que era programa de índio, índio americano.





Comida bonita, limpa e saudável. Tão diferente do Food Truck da
minha faculdade.
 E por último, uma foto do Food Truck Brasileiro que o leitor Anderson mandou nos comentários. Gostei tanto que resolvi colocar no post. Ai que vontade dessa comida do Brasil!! Hummm. Ah esqueci! Muitos Food Trucks tem páginas no facebook onde você pode saber onde eles estão e em que hora do dia...Já pensou?

http://www.tabomtruck.com/

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Tuna Melt Sandwiche


Homenagem de hoje do Google à Julia Child

            Hoje é aniversário da "falecida" Julia Child (personagem real do filme Julie & Julia). Julia Child foi quem ensinou os americanos a conzinhar por, pelo menos, 40 anos na TV. Inspirado pela data resolvi, em homenagem à ela, fazer algo diferente para o jantar. Mas não à moda Julia, porque os pratos dela são bem sofisticados, mas algo simples e bem "americano". Mas deixa eu contar uma história antes...
            Todas as sextas-feiras vamos jantar fora e a Louise que paga. Segundo ela, merecemos por trabalhar duro a semana inteira. Trabalhar? Quem, eu? Agora deixa eu me defender antes que a algum infeliz fale algo. Eu sou a empregada doméstica da casa, lavaderia, designer, pintor, peão de obra, jardineiro, cozinheiro, psicólogo, veterinário, professor, motorista e algo mais que não me recordo no momento. E tudo isso eu preciso dar um jeito de encaixar na minha agenda apertada de estudante em Tampa (160km da minha casa). Às vezes eu fico pensando como essa casa funcionava sem mim, hehehe. Agora deixa de ser prolixo e volta ao assunto.
            Ok. Em uma dessas sextas-feiras fomos a um restaurante que tem um nome super original: Bananas. Eu já escrevi sobre ele na página "comer" do blog. Pois é, estávamos lá e para variar eu olho e leio o cardápio mas não entendo muita coisa. Sempre fico com medo de pedir algo e me arrepender depois. Por isso sempre pergunto para eles do que se trata ou se eles conhecem. E não é que a Louise olhou para o cardápio e disse: "Wow, faz uma eternidade desde a última vez que eu comi Tuna Melt" Tuna o quê? "Tuna Melt"... é um sandwiche. Não me interessei, acabei pedindo outra coisa. Quando o sandwiche dela chegou e eu olhei pra ele, foi amor à primeira vista.

Não sabíamos que o bananas era um restaurante gay e a cara da Louise a hora
que uma das Drag Queens trouxe o cardápio foi IMPAGÁVEL!!! KKKKK
            Depois, me explicando, a Louise contou que esse é um sandwiche que ela comeu a primeira vez na casa de uma coleguinha da escola. A família Afro-americana gostava da Louise e de vez em quando a Louise ia brincar na casa da colega. No meio da tarde a mãe da garota fazia Tuna Melt de lanche para as crianças. Já gostei dessa história, porque em casa também minha mãe fazia café da tarde mas, nosso lanche era chá mate, pão fresco com manteiga e bolo de fubá ou bolo caseiro. Segundo a Louise, era um lanche bem comum na casa das famílias Afro-americanas.
            O Tuna Melt é geralmente feito com Marble Rye, um pão de duas cores. Tem um sabor diferente e um aroma de ervas. A parte escura do Marble Rye vai, na receita,  chocolate, cominho, cereais e outras especiarias.



            Entre as duas fatias de Marble Rye, uma pasta de "tuna" (atum), uma fatia grande e fina de tomate caqui e duas fatias de queijo Suíço. Esse sandwiche vai na frigideira untada com manteiga até dourar. Fica muito bom.
            E hoje, dia atarefado com trabalhos da faculdade, resolvi fazer uma boa salada e Tuna Melt de jantar, porque vi que a Louise havia comprado o Marble Rye. Me danei pra internerd, peguei a receita e fiz. Ficou ótimo, todo mundo gostou. E por esse motivo e também porque sou a favor do aumento do conhecimento das culturas que vão além do seu umbigo, eu compartilho com vocês agora, um pouco da cultura americana que quem faz o pacote Aeroporto-Hotel-Disney-Outlet não tem idéia de que exista.



Receita de Tuna Melt
(Para 2 sandwiches. Multiplique a receita pelo número de sandwiches que deseja fazer)

Ingredientes:
2 latas dessas redondas de atum
1/4 de xícada de Maionese (ou 4 colheres rasas de sopa)
1 colher de sopa de suco de limão
1 cabo de salsão grande cortado em pedacinhos bem pequenos
1 colher de sopa de cebola picada
1 colher de sopa de salsinha fresca picadinha
4 fatias de pão Marble Rye (se não achar compre um de forma integral grande)
2 fatias finas de tomate caqui
4 fatias de queijo Suiço
Sal e pimenta para temperar
Manteiga para untar a panela

Modo de fazer:
Em uma peneira coloque o atum e aperte bem com a colher para que saia toda a água ou o óleo. Coloque em uma vasilha e junte a maionese, suco de limão, salsão, cebola, salsinha, sal e pimenta. Pegue uma fatia do pão, coloque uma camada grossa da pasta de atum, o tomate e por último as fatias de queijo. Coloque a outra fatia de pão por cima. Coloque o sandwiche em uma frigideira untada com manteiga em fogo baixo e deixe até o pão ficar dourado. Vire o pão e torre o outro lado. Se for fazer muito, assim que terminar um, vá colocando no forno, assim ao servir todos estarão bem quentinhos e como diria a saudosa Julia Child: "Bon Appetit!!!!!!!!" 
fonte


o típico Tuna Melt é com Marble Rye mas coloquei fotos com
outros tipos de pães porque não sei se no Brasil existe... (esse é o
que comemos hoje, esqueci de tirar foto no prato ahaha)


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Lavação de Roupa Suja em Rede Nacional



                    Tenho que reconhecer, algumas coisas no Brasil são melhores que nos EUA. O quê?  Sim, é verdade...tá pensando o quê? Somos a quinta economia mundial e o Brasil vai muito bem obrigado. Claro que nós brasileiros da classe média e classe pobre sabemos que a verdade  não é bem essa. Mas, como já fiz promessa de não falar mais mal do Brasil(embora eu possa, porque sou brasileiro) e eu quero sim receber a minha graça, vamos falar um pouco mal dos EUA.

            E me fala o que é melhor no Brasil que nos EUA? A transmissão das Olimpíadas, por exemplo. Se eu tivesse um revólver, teria dado um tiro na televisão. Simplificando (e não sei se só acontece com a operadora que temos) somente 3 canais cobriram as Olimpíadas. Um deles, a Bravo, transmitia 2 horas por dia do que eles queriam. A NBC e a MSNBC tinham os direitos e o que transmitiam? Somente competições dos EUA e vamos ser justos, 1% do resto. Conclusão, não vi o Brasil jogar ou competir em absolutamente nada! Alguns dos jogos importantes dos EUA nem mesmo foram transmitidos ao vivo! Por exemplo, o jogo de voley Brasil x EUA feminino e Brasil x Russia masculino não foram transmitidos ao vivo, somente "melhores momentos" à noite. E eu aqui sabendo que o jogo rolava, roendo minhas unhas e vendo os comentários no facebook e twitter. Foi nessas horas que pensei que no Brasil, vários canais transmitiam o dia inteiro e a gente assistia o que queria. Ainda é assim?

Pior cobertura das Olimpíadas não houve. Agora, se é costume
americano terei que esperar até 2016 pra constatar.

            Fiquei impressionado de perceber que os americanos não se importam de ver o jogo ao vivo, mesmo que os EUA esteja competindo pela medalha de ouro. Porque do contrário, o jogo seria transmitido e não somente melhores momentos à noite. Gostei muito dos comentaristas americanos no jogo Brasil x EUA volei feminino. Consegui um passe livre para assistir esse jogo online e os comentaristas eram ingleses. Depois à noite, vi os melhores momentos com comentaristas (ou locutores? Sei lá) americanos. Elogiaram muito o time das brasileiras (mesmo jogando contra o time do seu país!). Algumas frases: "Brasil está dando um show de técnica e raça em cima das americanas" ou "as brasileiras estão invencíveis, só um milagre pode salvar as americanas". E então nessa hora eu olho pro Robert e para a Louise com cara de "uhummmmm...toma!"


            Mas vamos falar um pouco de baixaria e lavação de roupa suja, porque se tem uma coisa que da IBOPE é isso não é? Percebi que sociedade organizada, gente culta, etc também lava roupa suja e muitas vezes em público. Qual a diferença da lavação de roupa suja do rico e do pobre? Nada, a do rico a gente não escuta porque a casa é grande e o quintal imenso.

            E aqui, durante as Olimpíadas teve barraco. Començando com o cabelo da Gabby Douglas, pode? A Gabby Douglas foi severamente criticada pelas Afro-americanas por se apresentar nas cometições com cabelo desgrenhado. Exagero, o cabelo da menina estava devidamente preso com presílhas e grampos, mas não à altura das Afro-americanas que desceram o pau na garota no facebook, youtube e twitter. Coitada da menina ficou até ofendida e respondeu "O penteado continua". Gabby ganhou 2 medalhas de ouro na ginástica olímpica. Representou belamente as Afro-americanas e as invejosas e despeitadas pessoas criticando o penteado da garota? Fala sério? A única pessoa que aceito a crítica é meu amigo Max, que é cabelereiro e já penteou as modelos da Victoria Secret. Ele sim pode falar porque é profissional.


Yeahhhhhhhhhhh!!!

            E não é que o soberano "O Estadão" publicou a matéria completamente equivocada? A matéria do jornal fazia referência ao post do USA Today e falou que Gabby estava sendo criticada pelas americanas por ter usado cabelo liso. Achei estranho pois se tem uma coisa que uma afro-americana se orgulha, é da sua peruca e penteado bem cuidado. Fui ler a matéria do USA Today e dizia justamente o contrário. O jornalista do Estadão só leu o título e concluiu o resto, só pode ser. Eu fui bater boca no youtube e defender a Gabby, porque se tem uma coisa que eu faço bem é brigar, especialmente por uma causa ou para defender alguém. Chamei o povo todo de retardado e me senti melhor depois.

Atletas Afro-americanas elogiadas pelos penteados

No time de voley feminino perucas e faixa pra segurar.


Se essa "mulher" do lado direito correr atrás de mim juro que...
ninguém avisou que era só para "mulheres"?

            E por falar em lavação de roupa suja, outro dia o Sr. Robert não foi trabalhar e ficou aqui atormentando o dia inteiro. Como bom americano, depois de cortar a grama, assistiu TV das 2 até as 10 da noite. Daqui do meu office eu ouvia ele rachando o bico de rir na sala e, de vez enquando, ia lá pra ver o que era. Uma "duençaaa" só. Assistindo programa de lavação de roupa suja. De todos os níveis. Começando pelo Jerry Springer (considerado "tabloide talk show"). Não sei porque, mas quando morava no Brasil eu tinha raiva de ver o Ratinho ou outro programa de pancadaria e lavação de roupa suja. Aqui eu me mato de rir. Primeiro porque, desmistifica essa idéia de que americanos são exemplo de civilização, tem baixaria sim. E depois é engraçado e interessante ver como algumas pessoas (a maioria gentalha) falam ingles completamente errado. Outro dia uma afro-americana dizia "You is! You is!" (o correto é you are). Eu ainda não consigo diferenciar "white trash" de "red neck" e outros, mas eles estão sempre presentes no programa. Tem de tudo, se você pensar na frase "a vida imita a arte" os casos do Jerry imitam "Tudo Sobre Minha Mãe" do Almodovar, que por sinal eu adorei.


            Outros que ele assistiu naquele dia foram Dr. Drew e Dr. Phill. Esses são legais. É também lavação de roupa suja, mas com classe. As pancadarias são só verbais e em tom "O Diabo Veste Prada". Casos verídicos são analisados por esses dois terapeutas. Aprende-se muito da desgraça alheia. Digamos que é uma "terapia na TV", afinal não tem pancadaria e as famílias "falam direitinho". 


             Outro interessantíssimo é Judge Judy - julgamento na TV - essa mulher acaba com todo mundo, tanto com o réu como com a vítima. Judith é juíza e tem 70 anos de idade. Ela é hilária! Bota os "sem noção" no devido lugar.

Judith Sheindlin - Judge Judy


                                                Espero que você entenda inglês porque esse programa é o melhor!

            Eu posso ficar aqui o dia inteiro falando desses programas da tarde de algumas emissoras. Afinal, como entreter esse povo que está sem trabalho, em casa, em plena 2 horas da tarde? Hummm...e vem o Robert e responde à minha pergunta "porque você assiste essa porcaria" com a frase "pra constatar definitivamente que eu sou normal e que tem gente com problemas muito maiores que os meus". Tchanãnnnn!
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