Alguns sonham em viver em Orlando e dizem: "já imaginou? Poder ir aos parques quando quiser?" Em primeiro lugar precisa-se de dinheiro para frequentar os parques regularmente. A entrada mais barata ultrapassa os 100 dólares. Por 100 dólares você tem direito a fila no estacionamento, filas para entrada nos brinquedos e horas de caminhada sob o sol que parece mais o sol do Saara. Não, obrigado. Eu não vou aos parques nem que me paguem. Não tenho certeza realmente do por quê, mas só de pensar já me dá uma preguiça.
E na semana passada o Alex me disse: "Que tal irmos à feira da Central Florida?" Eu nunca tinha ouvido falar dessa feira e ele me mostrou uma foto. "É um Carnival" disse ele. Pra quem não sabe, Carnival é um pequeno parque de diversões montado por um período de tempo com pequenas atrações, alguns shows, alguns brinquedos, comida, exposições, etc. Bom, isso é interessante. Taí uma coisa que eu nunca fiz nos EUA. Ir em um desses "carnivais". Ainda mais em Pine Hills. (Pra quem não sabe, Pine Hills é um dos bairros mais perigosos de Orlando. Muitas vezes chamado carinhosamente de "Crime Hills"). Nada mais interessante do que isso. E claro, quando fiquei sabendo que ainda teria oportunidade de ver e tocar animais, aí não há o que me impeça de ir.
Cenas como esta na televisão sobre Pine Hills não é algo incomum |
Ao invés de ver a artificialidade dos parques temáticos de Orlando ou um grupo de adolescentes brasileiros mal educados, furando filas, eis a oportunidade de ver americanos de verdade, classe média, média baixa, pobres, white trashes, red necks, walmart people e por aí vai. Quem iria perder uma oportunidade dessas? Como disse o Alex, pode-se ver "todas as rodas da vida" em um Carnival. Fui...
Claro que ir a um bairro perigoso não é coisa que se deva fazer levianamente. Principalmente quando vai se estacionar um Audi SUV em meio a carros de pessoas que não tem esse poder aquisitivo. Ao entrar no estacionamento me lembrei dos parques e feiras da cidade pequena do Estado de São Paulo onde morei por toda a infância e parte da adolescência. Estradas de terra, poeira, gente, crianças, algodão doce.
Muito diferente do desfile de carros dos estacionamentos dos parques temáticos de Orlando |
O passeio foi interessantíssimo. Nem todas as "rodas da vida" estavam representadas lá. Talvez não houvesse milionários e ricos. Mas eu vi umas senhoras muito bem vestidas para um domingo de sol e temperatuda perfeita de 15C graus. Eu vi camelos, ovelhas (toquei em uma pela primeira vez), porcos e outros. Havia também um pavilhão de artesanado e competição de pratos típicos. Receitas eram distribuídas gratuitamente para os visitantes. American quilts eram vendidas por senhoras habilidosas, muito orgulhosas de seus trabalhos.
Pavilhão de artesanato, competições de comidas e outros |
American Quilt |
Diversos stands vendiam comida típica de parque de diversões americano. Hamburguers, batatas fritas, nuggets, cachorro-quente, etc. Estava muito bom. Ainda de sobremesa eu comi um churros, que é claro não poderia faltar em um lugar como esse.
Nas barracas de jogos eu vi diversos casais, onde o homem estava tentando conseguir para a namorada um bicho de pelúcias. Parecia que eu estava assistindo a um desses filmes americanos que mostra esse tipo de Carnival. O ponto alto do dia foi a corrida de porcos, que eu nunca tinha visto uma. Adoráveis porquinhos correm atrás do prêmio que é uma bolachinha pr'aquele que chegar primeiro ao final do percurso.
E por último, algumas fotos dos animais. Havia ainda lobos que eu não pude ver pois o show era muito tarde.
Há sempre coisas interessantes para fazer na cidade. Infelizmente, para quem vem como turista por 1 ou 2 semanas, coisas assim não chamam muita atenção a não ser que a pessoa já cansou dos parques temáticos. Há feiras hippies, de animais, artesanatos, festivais de comidas e vinhos, etc. Sempre há algo interessante. Só assim é possível conhecer realmente a cultura dos americanos.
Corrida de porcos |
Todas as rodas da vida |
O site da feira: http://centralfloridafair.com/
A feira termina no dia 25 de março então ainda há tempo para visitar.
Eu acho vc tão fofo...amo ler seus posts. O anterior a esse foi meu favorito...me deleitei na leitura tão verdadeira.
ResponderExcluirMoro nos EUA também, mas em outro estado mais calmo e longe de turistas.
Eu achei esse seu passeio um “porre” rsrs...mas tudo vale a pena, vamos viver não é mesmo?
Nice to meet you 😘
Nice to meet you too!!
ExcluirQue legal,me fez lembrar filmes americanos em que as familias passam o domingo nesses parques.A corrida de porquinhos me fez lembrar do filme "Babe o porquinho",que bonitinhos .
ResponderExcluir:-D
ExcluirOla Renato! Que legal , o lado real e menos conhecido dos USA, fora do clichê dos parques tematicos e oulets, muito interessante. Até porque vemos o americano comum , simples , trabalhador , o do Mcdonalds e os "white trash" , como eles mesmo dizem. A America é muita rica culturalmente, acho que poderiamos aprender muito com o jeito anglo-saxao. Abracao!!
ResponderExcluirOtimo post, Renato! Na próxima vez q voltar a Orlando vamos ver se pegamos um Carnival como este!
ResponderExcluirQueria saber se na Florida tem aquelas feiras estaduais, iguais do texas (Texas Anual State Fair) sabe tipo essa só que gigantona, como nos filmes.
ResponderExcluirAbs Marcos
OI Marcos. Ainda não conheci uma dessas. A maior que eu acho que tem é essa que eu fui. Em Oklahoma tem gigantes também
ExcluirRenato, gostei dessa fair aí. Meu marido é americano , do interior, com certeza teria adorado esse carnival! A foto dos porquinhos ficou linda!!!
ResponderExcluirTodas as rodas da vida é simplesmente sensacional esta definição!Vou usar prá sempre na minha vida posso?Muito bom mesmo!
ResponderExcluirE a foto da namorada com o namorado na barraquinha vc que fotografou?Achei linda!Parece filme!!!Ai como adoro seus posts!Fiquei feliz pq fiquei um tempo sem ler e qdo voltei aqui havia vários que ainda não havia lido...bjocas Renato
Adriana
Awe...
ExcluirBjocas!!