segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

TOEFL por Pedro Henrique


Há alguns meses, um leitor do blog entrou em contato comigo com algumas dúvidas com relação a estudos. O Pedro tem a vontade de cursar uma Universidade nos EUA e está trabalhando duro para isso. Depois que comentou comigo sobre a prova do TOEFL, perguntei pra ele se ele não gostaria de escrever a sua experiência e ele concordou. Abaixo segue o relato dele que, de bom grado, tomou tempo para poder ajudar a outros que tem o mesmo desejo.
Obrigado Pedro

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Escrevo a pedido do Renato, que sugeriu que eu escrevesse um texto comentando a respeito da minha experiência com o TOEFL, então vamos lá. Muito do que vou falar já foi postado no próprio blog, mas vale recapitular.

Quem aspira a se tornar um estudante internacional é exigido a comprovar sua proficiência na língua inglesa, seja através do TOEFL ou do IELTS. De maneira geral, instituições americanas e canadenses costumam preferir o primeiro, enquanto as europeias e australianas preferem o segundo.

No caso do TOEFL, existem dois exames sendo aplicados atualmente, o iBT (internet based) e o PBT (paper based), que está sendo progressivamente substituido pelo primeiro, porém ainda se encontra em algumas poucas cidades. O teste é agendado pela internet, através do site do ETS (www.ets.org) e o pagamento é feito através de cartão de crédito ou débito internacional. Fiz o iBT.

Com 3 meses de antecedência não havia vaga em nenhum lugar relativamente próximo da minha cidade (na cidade em si, não se aplicava o teste), mas consegui vaga em uma cidade com distância razoável, cerca de 500 km. Os locais e datas disponíveis podem ser vistos no seguinte link: http://www.ets.org/toefl/ibt/register/centers_dates/

Escolhido o dia e local do teste, terminei o cadastro no site e fui  (tentar) fazer o pagamento. Cartão  recusado. Tentei novamente e... recusado. Como só podia fazer o pagamento com cartão, deixei para verificar o que estava acontecendo no dia seguinte. Liguei para o banco e descobri que o cartão, mesmo sendo internacional, estava bloqueado para pagamentos de fora do país.  Pedi o desbloqueio e no mesmo dia o cartão já estava liberado, mas nesse meio tempo perdi a vaga. Por sorte, consegui agendar para uma semana depois, em outra cidade, mais distante.

Quando se faz a inscrição para a prova, são oferecidos alguns materiais de estudo pelo próprio ETS, todos são pagos. De graça, ganha-se apenas um simulado para a prova, que tem validade de cerca de 6 meses. Dos materiais pagos, o mais barato custa cerca de US$ 65,00 e existem os mais caros. Não solicitei nenhum, mas é uma boa opção para quem não pretende fazer um curso preparatório.

Quer estudar em casa e de graça? Ok, desde que se tenha um bom nível de inglês (tanto escrito quanto falado). Na internet se encontra muito material para treinar para a prova, incluindo simulados, e no Youtube se consegue encontrar as aulas de pronunciação. Além disso, manter contato constante com a língua também ajuda... escutar músicas, assistir a filmes/séries, acessar sites de notícias e entretenimento, tudo em inglês.

Aqui vai uma dica: fazer muitas questões, os  simulados e tentar responder as questões no menor tempo possível. Um rapaz que fez a prova comigo me disse que o curso preparatório que ele fez em SP foi basicamente isso aí: questões e mais questões.

O TOEFL é semelhante ao vestibular, não é preciso ter apenas conhecimento, é preciso também ter “manha” para lidar com o tempo.  Não existem pegadinhas e todas as questões são diretas, mas a prova exige esforço e atenção, especialmente para quem é muito ansioso ou tem problemas com nervosismo (eu!).

No meu caso, tive uma situação muito desagradável no dia da prova. No local marcado e faltando apenas 20 minutos para início da prova, fui informado que o local da prova havia mudado. Nem preciso dizer que foi um baita de um estresse (e um baita descaso por parte da organização) que ninguém quer no dia do exame! Comigo haviam mais 3 pessoas que também não tinham sido avisadas. Por isso, liguem para a escola em que o teste será feito um dia antes para confirmar o local da prova. Evita surpresas como essa que tive.

Chegando ao (novo) local, foi tudo muito tranquilo. A partir daí, não tenho do que reclamar. O monitor foi muito solícito e passou todas as instruções. A maioria dos que fariam a prova, fariam para o programa Ciências Sem Fronteiras, do governo federal brasileiro. O TOEFL é uma das exigências. Acho que eu era a exceção.

Antes de começar a prova, você precisa ler e transcrever uma declaração, com letra cursiva e assinar. Na declaração você precisa afirmar que não vai revelar informações sobre o TOEFL para ninguém, algo que provavelmente estou infringindo neste exato momento.

A prova é dividida em 4 partes: reading, listening, speaking e writing. Cada uma delas vale 30 pontos, contabilizando um total de 120 pontos. O que as universidades pedem é uma média mínima de 19 a 21 pontos em cada uma, totalizando 80 pontos.

Na primeira, são vários textos e perguntas sobre eles (interpretação). Para complicar, o tema é sempre científico e, para complicar ainda mais, são textos muito chatos. Minha teoria é de que fazem a prova em um nível progressivo de chatice: no primeiro você até para e pensa “até que é interessante!”; no último, você luta contra seu corpo para não pegar no sono. 

Depois vem o listening. Essa parte eu achei a mais fácil. Você escuta algumas leituras e algumas conversas (são longas) e depois tem de responder perguntas sobre o que você ouviu.

Terminada essa secção, você tem direito a um intervalo de 10 minutos. Aproveite para ir ao banheiro e beber água, mas sem exageros, já que o próximo intervalo só acontecerá quando você terminar a prova. E a prova toda dura cerca de quatro a quatro horas e meia.

Durante toda a prova, se você tiver algum problema com os equipamentos (fone de ouvido, microfone, teclado, mouse) ou com a máquina, precisa chamar o monitor. O programa do TOEFL, em Java, travou em um dos computadores e o monitor transferiu o rapaz para outro computador. Se perde tempo nisso, mas imagino que não atrapalhe no desempenho.

Por fim, vem o speaking (prova oral) e writing, em que você precisa escrever alguns parágrafos sobre um tema determinado.

Terminei minha prova antes das quatro horas e meia e, no geral, achei muito menos complicada do que achava que ia ser.  Na internet, vi muita gente falando da prova como se fosse algo absurdamente difícil, mas não é. Por outro lado, também está longe de ser fácil.

Antes de fazer a prova, verifiquem a necessidade de realizá-la. Via de regra, as universidades no exterior a exigem, apesar de alguns programas dispensarem (por outro lado, eles exigirão um semestre ou mais de ESL – English as Second Language - particularmente acho mais simples e barato estudar logo e fazer a prova no Brasil antes de se aplicar para estes programas). Outro caso de dispensa da comprovação de proficiência é para quem se formou no ensino médio nos EUA. Já li a respeito de instituições que dispensaram a comprovação da proficiência do inglês para alunos que se formaram no ensino médio lá, mas isso parece ser mais exceção do que regra, portanto, mesmo os que formaram em território americano, é bom não contar com isso.

A maioria dos programas no Brasil aceita que a proficiência em inglês seja comprovada realizando qualquer teste “TOEFL like”, uma prova qualquer semelhante ao TOEFL, mas não oficial. Este tipo de prova é facilmente encontrada e aplicada em escolas de inglês. Outra alternativa é o TOEFL ITP, que é uma versão regional da prova, mas que tem validade apenas em território nacional (isto é, não vale para instituições estrangeiras). Esta prova costuma ser procurada por aqueles que estão tentando programas de residência e mestrado dentro do Brasil.

É isso. Espero ter ajudado a tirar algumas dúvidas. =)

Pedro Henrique

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A única coisa que eu acrescentaria ao belo texto do Pedro é que a parte que eu achei mais difícil foi a de speaking onde, após ouvir uma conversa, o monitor te faz uma pergunta e a gente tem 30s para elaborar uma resposta de alguns minutos. A pronúncia também conta neste caso.

Abs a todos!

11 comentários:

  1. Grande Renato!

    Assino embaixo no que diz respeito à parte de speaking.

    Simplesmente não dá tempo de elaborar uma resposta em apenas 15 segundos. Quando começava a correr o tempo para gravar a resposta, acabava chutando o balde e começava a falar enquanto pensava no que falaria depois daquilo. Sem contar que os 30 a 60 segundos para responder parecem apenas 5. Quando você se dá conta, o tempo esgotou ou está prestes a esgotar e ainda tem coisa para ser dita. Na minha opinião, é a parte que mais deve ser treinada durante os estudos.

    A boa notícia é que recebi o resultado ontem e fiz 97 pontos. Minha menor nota foi, advinha, speaking!

    Abs,

    PH

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    Respostas
    1. Parabéns Pedro!!
      Eu fiz 93 e como fazia muito tempo que não tinha contato com a língua inglesa acho que foi bom. Você pelo visto estudou inglês bastante no Brasil não é?
      Abs e obrigado!!

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  2. Leonardo

    Cara estou nervoso mesmo que só estarei fazendo esta prova daqui hás uns 4 a 7 anos(o tempo que levarei para completar o curso,na minha matemática doida, e olha que tou + ou - no meio dele '-') mais se tou nervoso agora ainda mais quando chegar a hora H!Qual a idade minima para fazer o teste?

    VLW por compartilhar sua experiencia Pedro Henrique e vlw Renato por proporcionar esta oportunidade ao PH
    suas experiencia ajudam muitas pessoas!
    Continua assim!

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  3. Otimo post Renato e Pedro Henrique!
    Fiz o TOEFL duas vezes ano passado (nao passei na primeira - 77, mas passei na segunda - 91 \o/). Realmente, o mais dificil da prova é voce controlar o tempo e nao se desesperar durante a prova. Na minha segunda prova, o computador não funcionava de jeito nenhum, e demorei mais de 1h pra comecar a prova... stress absurdo!! depois mandei um email pra ETS e eles pediram desculpas e me deram a opcao de fazer a prova de novo, se eu nao tivesse alcancado meu objetivo. Ainda bem que nao precisei!!!
    Já vim muitas vezes no seu blog, adoro seus posts e seu jeito de ver os americanos! Eu estou morando no estado de NY há 3 semanas, fazendo meu mestrado! EZ por mais que eu tenha me preparado (ingles), quando cheguei aqui fiquei meio assustada principalmente com a velocidade que as pessoas falam.
    Abraço, Fabiana

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  4. Renato, tudo blz? me tire duas duvidas, por favor

    1 - Algumas faculdadex exigem fazer tanto o iBT (internet based) como o PBT (paper based), ou é só um deles que precisa fazer?

    2 - Uma pessoa pode se inscrever pra duas datas do exame do TOEFL, ou so pode fazer uma vez no ano?

    obrigado!

    Bruno Meireles

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    Respostas
    1. Um dos dois e só pode fazer uma vez por ano mesmo. A fila é grande!
      abs

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  5. renato, por favor, em que epocas do ano o toefl é feito? ou é durante o ano todo?

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  6. Estou lendo muitos post sobre os testes de proficiência.
    To com dúvida de um código que o manual do TOEFL ITP cita. Diz que preciso preencher o código do país de origem e de destino, e que esses códigos estão no final do manual, mas não encontro.

    Agredeço se puder me ajudar.

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  7. Recurso muito útil, espero que os alunos tirar partido disso!

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  8. Nossa. Graças a seu posto que eu pude ter a resposta para meu problema de pagamento da prova. Dai liguei no banco e desbloqueei para compras fora do Brasil. Não basta só ser internacional, tem que ter essa liberação específica.

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Etiqueta cai bem em qualquer lugar, até na internet. Seja educado ao comentar e perguntar. Olá..., meu nome é..., por favor e obrigado são palavras que ainda estão em uso e mostram cordialidade. Afinal, o blog não é balcão de informações de shopping e embora eu esclareça as dúvidas de todos de bom grado, não ganho nada para isso.
Obrigado por comentar e abração!

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