segunda-feira, 28 de abril de 2014

Casamento Americano em New Jersey



               Eu sei que eu quebrei a minha promessa de escrever a sequência do post uma semana depois. A vida tem estado corrida aqui pra cima ao ponto que eu fiz um pacto comigo mesmo de não ligar o computador aos domingos. Estou com muitos clientes de "real state" (180!!), trabalho com Design, toneladas de emails (outro dia foram 79 no mesmo dia), comentários do blog, do Facebook, compromissos com clientes além do fato que, aqui nos EUA, a gente mesmo lava e passa a própria roupa, bem como limpa a casa. Dá banho nos cachorros, tosa, limpa o ouvido, etc. Empregada aqui é artigo de luxo! Por 80 dólares, você consegue alguém que venha por 2 horas e meia e quando vai embora você xinga até a quinta geração da fulana...

               A última coisa que faltou dessa sequências de 3 posts foi o casamento americano em New Jersey. Se você leu o post anterior sabe que a família ítalo-americana estava toda hospedada em um mesmo hotel onde também aconteceria o casamento. Na noite anterior ao casamento fomos a uma Arcade (um bar com vídeo-games e pimbolins) com passagem free para jogar em qualquer máquina. Tudo pago pelos noivos e sua família. Chegamos no hotel tarde e cansados, ainda mais por causa do frio de temperaturas negativas e vento forte. Mesmo assim, "o povo" estava no bar tomando drinks e conversando...haja energia!

               Na manhã seguinte tivemos o café da manhã com a família e as mulheres saíram rapidinho de lá para ir ao "cabeleleiro" (como diz alguém que eu conheço). Se o casamento é às 5 da tarde, qual a necessidade de ir ao cabelereiro às 9 da manhã? Não entendo e é, nessas horas, que eu penso que não ter cabelo é vantagem. Uma preocupação a menos...

Uma das mesas de café da manhã. Havia também a mesa "ataque do coração"
com ovos, linguiça, bacon e outros...

               O casamento foi interessante. Faz muito tempo que não ia a um casamento. O último casamento que eu fui foi na década passada. Não sei como se fazem as festas hoje no Brasil, mas foi muito interessante ver o casamento aqui nos EUA. Eu acho que a Carrie (noiva) foi muito sábia nas escolhas que fez. Tudo muito prático. Casamento no civil, religioso e festa num lugar só. Em um só dia estava tudo feito. Às 4 da tarde muitos já estavam no bar do hotel tomando uns drinks antes da cerimônia. Eu não sou muito de beber, mas fui na onda e descobri minha bebida favorita, o vinho riesling. Podia-se beber até cair já que ninguém precisava dirigir, já que tudo foi no mesmo lugar. E teve gente que tomou pileque e fez cena...muito engraçado essa natureza humana.

               Um pouco antes das 5 da tarde, todos estavam reunidos na capela do hotel, enfeitada é claro, esperando a noiva. Em primeiro lugar entram os padrinhos andando sozinhos (ao som de música...). Alguns perderam o passo devido à timidez hahaha eu rachei o bico (internamente, é claro). Todos vão se colocando do lado esquerdo. Os parentes do noivo também sentaram-se todos do lado esquerdo da capela. Por fim o noivo entra com a mãe. Daí entram as madrinhas ("Bride's Mades") cuja cor e estilo dos vestidos é escolhido pela noiva. Uma a uma se colocam do lado esquerdo. Algumas pareciam que tinham colocado salto alto pela primeira vez na vida hehehe. Ou estavam com muita vergonha de passar pelo corredor com uma centena de olhos sobre elas. Mas lembre-se, tudo foi ensaiado no dia anterior.

As madrinhas


               Em seguida entra a menina jogando pétalas de rosas antes de a noiva entrar com o pai. Sermão, troca das alianças e rapidamente tudo estava terminado. Sempre me pega de surpresa essa mania dos americanos de fazer piada. O padre fez umas 5 piadas durante o sermão. Algumas de mal gosto, é claro e detalhe: O Padre tinha autoridade ao falar porque ele mesmo era casado.


O pai da noiva, o verdadeiro Corleone!

               Saindo da capela fomos colocados em um grande salão para os "petiscos". Uma mesa tipo buffet com várias coisas, salgados, pães, vinho, champagne, maionese, queijos, purê de batatas na taça (?) etc. Cada um pegou um prato e se serviu e eu fiquei pensando que essa era a comida do casamento. Ao que me avisaram que isso era apenas uns petiscos antes de entrarmos no salão principal onde haveria a festa.

Foto tirada na hora dos petiscos

Purê de batatas na taça...

Espetinho de macarrão empanado...

               De lá fomos levados a outro salão, este realmente enfeitado para festa. Nossos nomes estavam escritos nos lugares onde deveríamos sentar. Eu pensei "e os bicos, onde ficam?" Cada um de nós recebeu um cardápio onde poderíamos escolher entre carne, frango ou peixe. Eu fui de carne...Da última vez comi um peixe com queijo Tofú e me fu....




A parte de areia do bolo era açucar demerara.

               Todos foram avisados que era para permanecermos sentados para a salada. Cada um recebeu um prato de salada. Comemos, conversamos e o DJ começou a parafernalha. Chamou a todos para se levantarem e ir para a pista...e todos foram!? Eu levantei, cheguei perto e voltei para mesa, ainda não estava no ponto. Depois de mais ou menos uma hora dançando e conversando o DJ nos avisa que era para voltarmos à mesa que a pasta seria servida. Todos comeram o penne com molho de tomates e outras coisas. O DJ chamou-nos novamente para a pista. Após uma hora, todos foram convidados a sentar-se novamente, que os garçons iriam começar com o prato principal, que cada um comeu e o que escolheu e eu, como é de costume, recebi o prato errado. Peixe se Fu*.... Claro que pedi para trocar.

Uma das partes interessantes onde uma música da década de 70 tocou.
Um dueto (um rapaz e uma moça) cantam e discutem a relação na canção
Os homens aqui cantaram a parte do rapaz que foi respondido
pelas mulheres cantando a parte da garota.
:-)



               Depois do prato principal o DJ chama novamente. Uma hora depois fomos convidados a nos sentar para o café...O café veio e os noivos se posicionaram em frente ao bolo. Discurso dele, dela, da irmã, da sobrinha, do pai, etc etc etc. Aquela coisa cansativa, mas algo interessante aconteceu e me salvou de pegar no sono. Houve uma pequena "rusga" ou lavação de roupa suja quando a irmã da noiva pegou no microfone. Salvou a bateria de discursos! Nada mais interessante que uma lavação de roupa suja em público, tipo a Grande Família, sabe? Eu adorei...não sabia se olhava para a cara da irmã, da noiva ou dos parentes com sorriso "amarelo". Tutti gente buona! Nada fora do comum...



Eles são hilários...
               O bolo foi cortado de mentira só mesmo para a foto e foi levado para a cozinha. Cada um, nas suas respectivas mesas, recebeu o seu pedaço de bolo que estava delicioso. Depois de um tempo o DJ chamou para a última dança que encerraria o casamento.

               Eu dancei também, brinquei, mas fiquei observando as pessoas. Uma coisa muito legal que eu notei e acho que isso acontece em todos os países, é que muitas músicas tocadas eram aquelas que marcaram as gerações das pessoas. Várias canções americanas que eu nunca antes tinha ouvido eram cantadas em coro por todos eles. Todos sabiam as letras embora eu nem entendesse o que diziam. Algumas bem famosas. Essas é claro que conhecemos porque nosso país é fortemente influenciado pela cultural musical americana. Mas percebi que muita coisa que tocou por aqui nos anos 70, 80 e 90 não tocou pras bandas de onde eu morava não. E olha que eu sou muito ligado em música. Conheço bem...


A família toda me recebeu muito bem. Espero que os
noivos sejam muito felizes!
               Este já é o segundo casamento americano que eu vou. O primeiro foi em 1997 em Los Angeles e a mesma coisa aconteceu. O Dj tocou as músicas de quando a maioria das pessoas era adolescente, ou seja, anos 70 e 80.

               Perto da mesa dos noivos havia uma caixa cheia de envelopes e fiquei curioso. Pensei que fossem cartões. Perguntei ao Robert ao que ele disse que os italianos não dão presentes e sim um envelope com dinheiro. Lembrei imediatamente do filme "O Poderoso Chefão" onde as pessoas iam ao casamento e entregavam envelopes com dinheiro! Então é verdade mesmo?? Sim, não é coisa de Hollywood apenas.

Eu com a adorável família Ítalo-americana
Péssima foto tirada de Manhattan na viagem de volta à Flórida...
               No dia seguinte pegamos o avião para a Flórida e eu fiquei pensativo durante o vôo. Voltando do casamento em Los Angeles em 1997 eu tinha meu futuro todo planejado até a aposentadoria. Eu tinha acabado a faculdade de engenharia, estava voltando ao Brasil para arrumar emprego e seguir carreira. Ia terminar a construção da minha casa, comprar uma casa no inteirior, uma na praia, fazer pós-graduação, quem sabe abrir uma construtora e muitas outras coisas mais. Pouca coisa saiu como o planejado. E hoje estava eu lá, dentro de um avião, voltando novamente de um casamento americano. Fiquei então pensando se adianta mesmo planejar a vida para muitos anos à frente. Já dizia o sábio rei Salomão "a corrida não é dos ligeiros pois o tempo e o imprevisto sobrevém a todos eles..." Tudo muda e a gente pode estar em outra parte do planeta, fazendo o que jamais pensou que faria. A vida não é mesmo interessante quando botamos todos os nossos medos de lado? Afinal, dessa vida só vamos levar as nossas experiências e se apegar a coisas materiais, além de brega é contraprodutivo. Beijosss e absss


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Atlantic City e Spring Lake Heights

          No meio do dia da quinta feira, já estávamos à caminho de New Jersey. O frio em NYC estava tão intenso que preferimos o conforto do aquecedor do carro. Dia lindo, sem nuvens, perfeito para viajar. Para minha sorte não estava dirigindo então pude observar a paisagem e tudo o mais ao meu redor.




            Nosso destino era a cidade de Spring Lake Heights na costa litorânea do estado de Nova Jersey. Spring Lake Heights é uma cidade pequena de menos de 5 mil habitantes. Muito parecida com a pequena cidade onde Jack tem seu bar no seriado Revenge. Eu fiquei simplesmente apaixonado pela cidade e depois conto o por quê. Chegando lá, dissemos um oi para os familiares que já estavam presentes no hotel e fomos para Atlantic City que eu estava muito curioso de conhecer.


Spring Lake Heights estava a 1 hora e 15 minutos
do hotel que ficamos em Nova Iorque.

            Mas antes, deixe-me contar algo interessante. Como você deve ter lido os dois posts anteriores, sabe que estávamos em NJ para o casamento da prima do Robert, Carrie. A família toda ia se hospedar no hotel. Eu fiquei surpreso quando, na chegada, todos os hóspedes que eram da família foram recebidos pelos próprios noivos e presenteados, cada um, com um "welcome kit" (kit de boas vindas) que continha uma garrafa pequena de água, um micro filtro solar, barra de cereais, advil e remédios para resfriados, lenços de papel perfumado, chocolates, mapa da cidade e roteiro completo do casamento com todos os endereços e horários. Bem pensado, não? Arrazou...

            É óbvio que a intenção do Robert e do James em me levar à Atlantic City nada mais era do que fazer uma visita aos Cassinos da cidade, porque nesta vida acredite, tem gente que gosta de rasgar dinheiro. Aliás, metade do dinheiro que ambos levaram, foi gasto nos Cassinos. Eu não dei um centavo do meu dinheiro na diversão estúpida.


Atlantic City no horizonte...

Prédios de hotéis e cassinos atrás das "wind farms"
(fazendas de geração de eletricidade por turbinas de ar - se diz assim??)



Máquinas de engolir dinheiro das pessoas...
Algumas pessoas acreditam que inserindo dinheiro nelas, sae mais do que se colocou.
O fato é observado raramente...

            Atlantic City (pronuncia-se AT-Lánic - estranho não?) é deserta no inverno. Mesmo assim, não pude deixar de ficar admirado com a rápida construção do Boardwalk após o furacão Sandy. Tudo novo, impecável! A primeira vez que ouvi falar de Atlantic City foi quando, nos anos 90, assisti ao filme da Bette Midler - Amigas Para Sempre. É realmente aquilo que o filme mostra. No verão deve ser uma sensação...

No filme "Amigas para Sempre" (Beaches, 1988) a amizade que
durou a vida inteira começou no Boardwalk de Atlantic City.
Não perca...

Boardwalk reconstruído e deserto. Talvez pelo fato de que ainda era manhã
ou pelo fato que o vento e o frio cortavam a alma!


Loja de doces e bugigangas.

Selfie - uma das desgraças modernas trazidas pelo telefone celular com máquina
fotográfica embutida.

            No Boardwalk há muitos gatos. Lindos gatos e fiquei pensando como é que eram tão bonitos e bem tratados. Depois vi uma placa sobre eles. Os gatos do Boardwalk são protegidos por uma ONG e pelo governo. Eles têm casas instaladas embaixo do Boardwalk e a ONG castra e alimenta todos eles, todos os dias. Inclusive presenciei um voluntário da ONG alimentando os gatos. Uma placa no Boardwalk havia a indicação e pedido para que não alimentássemos os gatos pois eles recebiam alimento. Paramos nas dezenas de lojas do Boardwalk pra comprar uma besteira aqui e alí. Na verdade não comprei nada, já passei dessa fase de comprar pequenos objetos de lembrança que só servem pra acumular poeira em casa e que depois têm como destino certo, a lixeira. Já o James comprou sacolas de coisas. Acho que Americano é meio assim, compra um monte de objetos e depois fica fazendo Garage Sale.

É impressionante o fato de estes animais terem sobrevivido ao furacão Sandy...

Voluntário alimentando os gatos...não são lindos?



            Almoçamos no Johnny Rockets e voltamos para Spring Lake Heights. No lobby do hotel ficamos tomando drinks e conversando com a família até a hora do "Ensaio do Casamento" ao qual não compareci pois precisava de um "nap" (cochilo) antes do "Rehearsal Dinner", jantar do ensaio, que é tradição dos casamentos americanos. Após o ensaio, a família é convidada para o jantar. O jantar foi sensacional. A família alugou uma Arcade (um lugar com fliperamas e video games). Neste lugar, para a família somente, todas as máquinas de fliperama e vídeo-game eram abertas, jogava-se o quanto queria sem pagar absolutamente nada. Pediram-se pizzas e subs (sanduíches), vinho, cerveja, refrigerantes, sucos e a italianada fez a festa. Fazia décadas que eu não jogava um fliperama e, eu e o Robert, fomos os últimos a sair do local à meia noite.




Família se divertindo na Arcade


            No dia seguinte aconteceu o Family Breakfast (o café da manhã da família). A família inteira hospedada no hotel se reuniu para o café da manhã, às 8:30hs no hotel onde estávamos hospedados. Imagine uma sala de café da manhã de um hotel lotado com uma família italiana só? Um barulho inacreditável, digno do filme "Um Poderoso Chefão". Aliás, todos os homens tinham cara de mafiosos, principalmente o pai da noiva. O café da manhã gorduroso, com linguiça, bacon, ovos, omeletes, pães, bolos, doces, etc estava realmente muito bom. Em meio à comida abundante, gargalhadas e piadas, eu ouvia um podre aqui e alí de algum membro da família. Como diziam os Titãs, "família, família, cachorro, gato, galinha...família". Sim família é igual em qualquer lugar.

            Após o café eu peguei o carro sozinho e fui fotografar a cidade e as casas. Fiquei com muita vontade de morar em uma cidade impecável, limpa, organizada e encostada ao Oceano. Os jardins, as flores, árvores, carros, tudo parecia impecavelmente colocado em seu devido lugar, como se o lugar perfeito para se viver existisse, onde ninguém teria preocupação desnecessária, onde violência e roubo, é coisa que se vê na televisão e que acontece bem longe dalí. Onde as pessoas morrem de velhice e todos trabalham para o próprio bem e para o bem da comunidade. Embora saibamos que, na realidade, não deve ser bem assim.
            E eu termino este post com as fotos de Spring Lake Heights. Eu ia falar do casamento também, mas como o post já está com 3 páginas, é melhor deixar para o próximo, porque tenho algumas coisas que gostaria de contar. A propósito, todas as fotos desta viagem foram tiradas com o celular Samsung Note 3, acredita? Aposentei minha Nikon que além de complicada é difícil de carregar...pra quê né?























No dia casamento acordei às 6 am para ver o nascer do sol na praia.
Só dava eu, afinal a temperatura era -5C



Alugamos esta Chevy Traverse

Boardwalk the Spring Lake (cidade grudada em Spring Lake Heights)












Tem-se que parar para dar passagem ao pato (ou patos...).
Lá vem o Pato Patati Patacolá...
Nos EUA é assim.
Os animais são os que mais têm direitos e nenhum dever
Depois vêm as crianças
Depois as mulheres e por último
os homens.
;-)


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