domingo, 23 de março de 2014

Inverno em Nova Iorque 2014 - Parte II


            Terminamos a quarta-feira com jantar em um restaurante italiano perto do Carlton hotel, voltamos para o hotel, tomamos drinks no piano bar e conversamos até meia noite. Sabe que eu nunca tinha feito isso? O dia seguinte, quinta feira, seria o dia mais frio da semana, segundo as previsões, a temperatura chegaria a -10°C e sensação térmica de -20°C. Como eu já disse anteriormente eu gosto do frio, mas também não sou masoquista, -20°C não é brincadeira. Uma coisa é você ficar em casa (nos EUA) no inverno, olhar a neve, sair de vez em quando, entrar no seu carro, ir ao supermercado, etc. Outra bem diferente é você andar quadras e quadras em uma temperatura dessas e um vento que queima literalmente a pele do rosto se não protegida. Por isso eu acho, na minha opinião, que as melhores épocas de se visitar NY é no final da primavera e começo do Outono, já que dizem, que o verão é de matar! Mas eu ainda gostaria de visitar a cidade com neve e andar de patins de gelo no Central Park.


            Eu estava ansioso pelo dia seguinte porque fomos tomar café da manhã no Plaza Hotel. Se você não sabe, o Plaza é um dos hotéis mais famosos do mundo, já foi cenário de vários filmes, o mais famoso talvez para os brasileiros seja "Esqueceram de Mim 2" com Macaulay Culkin (que graça de menino que a fama estragou, hoje não passa de um viciado em drogas L ). O mais recente "The Great Gatsby" com Leonardo Di Caprio. Muita gente famosa já se hospedou aí ou foi à festas no Plaza. Desde os Kennedies, Marilyon Monroe, Capote, Frank Sinatra, reis e rainhas...











Cenas do filme Esqueceram de Mim 2 - Perdido em Nova Iorque
filmado no Plaza Hotel

            O preço do café da manhã no Plaza é 35 dólares por pessoa. Não vá pensando que é uma coisa do outro mundo. O preço vale para entrar no hotel, andar no lobby, lembrar das cenas dos filmes e tomar café, com frutas, ovos, pães e doces. Mas não é nada fora do comum. Um buffet farto que pareceria de hotel 3 estrelas se comparássemos com o café da manhã das padarias de São Paulo aos domingos. Mesmo assim, vale a pena. Atravessando a rua, já se está no Central Park. Do outro lado da rua também, a loja de brinquedos que o "Kevin" do "Esqueceram de Mim" visita em vários momentos do filme.



Steven, James e Robert
            Saindo de lá pegamos um taxi em direção ao Metropolitan Museum. A distância era 21 quadras. Havia um metro a poucas ruas dalí. Mas com o frio e o vento, achamos que não compensaria e pegamos um taxi na porta do Plaza mesmo. Ainda mais pelo fato que iríamos andar muito dentro do museu, não encaramos nenhuma caminhada "extra". Já pensou andar 21 quarteirões depois andar lá por mais 2 ou 3 horas? Nem pensar...os atores da Broadway terão que fazer os espetáculos sem a minha presença, sinto muito. Além do mais o Robert e o Steven não suportariam o frio.
Do outro lado da rua, em frente ao Plaza está
o Central Park





            Eu achei os valores das corridas de taxi pagos em NY muito baratos. Por causa do frio, pegamos taxi o tempo todo. Em nenhum momento ficou mais que 15 dólares, mesmo com trânsito. Uma coisa nova que notei que não havia 20 anos atrás é televisão no banco traseiro dos taxis de Nova Iorque. Usamos o taxi 5 vezes. Em nenhuma vez sequer o motorista era Americano. 

            O Edifício do Metropolitan é uma coisa sensacional, assim como o Louvre de Paris. Fiquei um pouco chateado quando vi o mapa do Museu. Uma semana alí não seria suficiente para visitar cada ala do Museu. O Robert não quis entrar, que decepção! Alí em um dos maiores museus do mundo, com obras raras, jóias da humanidade e a pessoa não quer nem mesmo entrar pra ver? Não consigo entender essas coisas. Mas afinal, o problema é dele, eu entrei e NEM ME INCOMODEI que tinha gente me esperando pra sair. Resolvi visitar 3 pontos. A ala dos Impressionistas, as pinturas da Renascença e o Egito. Só isso levou por volta de 3 horas. De lá saímos para o passeio à Estátua da Liberdade que não aconteceu, perdemos o barco e ninguém quis esperar 2 horas pelo próximo...então voltamos para fazer compras no Time Square e ver se conseguíamos um ingresso para uma peça da Broadway.


Em frente ao Metropolitan









Rembrandt

A Sagrada Família de Caravaggio causou polêmica com o
Vaticano por mostrar Maria, José e Jesus em uma cena
comum do dia a dia e não tão "sagrada" como se pintava até o momento
O menino abaixo é o primo de Jesus, João Batista

"Os Músicos" de Caravaggio. Caravaggio pintava as pessoas como
se tivessem drogadas e bêbadas. O uso que ele faz da luz natural é impressionante


Renoir

Monet

Gauguin

Van Gogh
Já em Orlando na segunda feira, assistimos a um episódeo de Doctor Who
que ele vai ao passado e encontra Van Gogh
Este estava pintando este exato quadro
Eu disse ao Robert:
"Viu o que você perdeu?"
No entanto, devido à grande DESPROTEÇÃO das artes
eu custo a acreditar que estes sejam os originais...
E você o que acha?

            A fila em frente ao "Tickets" para comprar um ingresso com desconto para uma peça da Broadway era IN-FIN-DÁ-VEL...nem pensar. Se você vai visitar a cidade, compre pela internet, pague o preço normal mesmo. Mesmo porque os ingressos com desconto vendidos no Time Square não são para as melhores peças da cidade. Duas coisas da minha lista de dois dias furaram. Subir na Estátua da Liberdade e assistir a uma peça da Broadway. No final, um sorriso interno me dizia "vou ter que voltar novamente" e pensei que o faria com meu pai ou meu irmão André que quer conhecer a cidade.





Olha que interessante, um ônibus onde os bancos são voltados para as janelas






            Como já tínhamos feito o check out do hotel logo bem cedo no dia, voltamos para pegar as malas, o carro, e nos mandamos para New Jersey, em direção a uma pequena e charmosa cidade chamada Spring Lake Heights. Cem pessoas da família do Robert fizeram reserva no mesmo hotel onde aconteceria o casamento da prima Carrie. Inclusive ela e o noivo também estavam hospedados no hotel. Mas essa parte interessante e peculiar da viagem, vai ficar para o próximo post...


New Jersey

quarta-feira, 19 de março de 2014

Inverno em Nova Iorque 2014


            Nova Iorque é um lugar que a gente não cansa de ir. Eu diria que, pra mim, duas cidades no mundo eu iria todos os anos, Nova Iorque e Roma. É tanta coisa para se ver que fica difícil colocar em um roteiro curto o quê fazer. Esta foi a minha quarta visita à cidade. Desta vez, havia algumas coisas que eu queira ver novamente e algumas coisas que eu nunca tinha visto antes, como o Metropolitan Museum. Levei vocês, queridos leitores, comigo no sentido que, a todo momento, pensei em fotografar ou falar sobre algum lugar que seria interessante para quem nunca visitou a cidade.

            Eu pesquisei um pouco em blogs de brasileiros que vivem em Nova Iorque aonde ir, o quê ver, onde comer, onde se hospedar e posso dizer que foi frustrante. Talvez um ano na cidade seja o suficiente para conhecê-la em 20%. Imagine ficar uma noite e dois dias na cidade? O motivo da visita curta é que fomos para o casamento da prima do Robert, Carrie em New Jersey. Pegamos o vôo para NYC na quarta feira de manhã bem cedo, eu e o Robert. Lá nos encontramos com James e Steven. Nos hospedamos no Carlton na 88 Madison Ave, um luxo de lugar...O vôo de Orlando a Newark é de aproximadamente 2 horas e 15 minutos e custou, ida e volta, 240 dólares.

            O inverno por lá realmente ainda não acabou. Saímos de Orlando com temperatura 28 graus Celsius e chegamos em Nova Iorque com -7C. No entanto, devido aos ventos de 35 km/h a sensação térmica era de -16C, dá para acreditar? Realmente o vento era de cortar a alma e olha que eu gosto do frio hein? Eu estava até que bem. Depois de andar algumas quadras, as extremidades dos dedos das minhas mãos doíam como se tivessem levado uma martelada em cada um. Mesmo com luvas e mãos dentro dos bolsos! O nariz escorria o tempo todo. Mas o Robert e o Steven estavam a ponto de ter uma síncope de frio...

Eu e o James estávamos bem com o frio, mas nesta foto você pode ver
o "estado" do Robert e do Steven...

            É muito interessante observar as pessoas nas ruas de Nova Iorque. Eu olho tudo! Posso ficar uma tarde inteira sentado vendo as pessoas passarem, suas roupas, sapatos, maneira de andar, conversa, etc. Não se vê muitos obesos já que em Nova Iorque se anda muito e as pessoas optam por não ter carro, já o que transporte público é super-eficiente. Será somente este o motivo? Não sei...Mas as pessoas andam, andam e andam. Muito bem vestidas, por sinal. Há aqueles que apresentam no rosto aquela cara de sofrimento devido ao frio. Há outros porém, que nem mesmo um gorro e uma luva usam. Andam tranquilamente, com aquela pele perfeita, aveludada, branca, parda ou negra. Nada brilhante ou oleosa como aqui na Flórida onde se sua o tempo todo. Somente um charmoso vermelhinho na ponta do nariz. Será que o corpo do ser humano também se acostuma com o frio? Acho que sim, porque era grande o número de pessoas que não estavam nem aí pra ele, mesmo a sensação térmica sendo -16C!! Homens e mulheres de negócios andavam pelas ruas neste frio somente em ternos e tailleur...guerreiros!

            Alugamos um carro no Aeroporto de Newark e fomos até o Carlton na 88 Madison Av. O hotel muito bom, por sinal ($$$$). Corredores, bar, restaurante, tudo impecavelmente limpo e bem projetado. Sabe uma coisa muito interessante que notei no Carlton? Só tocava Bossa Nova no Lobby e no bar!! Inclusive as mesmas músicas da Nara Leão que eu ouço quase todo dia aqui em casa!


Lobby

Olha só os corredores do Carlton! Monocromático em Cinza...
Nossos quartos ficavam no final deste corredor com vista para a
Madison Avenue.
            Almoçamos um pedaço de pizza, cada um, em uma das dezenas de "pizza places" das ruas de Manhattan e fomos para a Grand Central Station que eu fiz questão de visitar desta vez. Mal podia esperar!!

As pizzas de Nova Iorque são famosas. São realmente melhores que as da
Flórida e diferentes das do Brasil. Quando eu cheguei aqui, eu comia
pizza de garfo e faca como fazemos no Brasil. Hoje, como 99% dos
americanos já como com as mãos :-)
E daí?
Especialmente a pizza de NY dá pra comer com as mãos pois a massa é
grossa e mais consistente, não se dobra. Um pedaço é suficiente
para uma pessoa "do meu tamanho" :/
hummmmmmmmmmmm...típica pizza nova iorquina.

            A primeira vez que ouvi falar da Grand Central Station foi na faculdade de Design em Tampa, estudando efeitos da luz natural nos ambientes. Desde lá, sempre tive vontade de conhecer a estação. Me lembrei muito das minhas viagens à Europa, como em Gare de Lyon (França) ou na Roma Termini. Frio, casacos, restaurantes, trem, música, café, gente almoçando, de passagem, viajando, comprando ou como nós, tirando fotos de queixo caído. É um espetáculo de estação de trem e metrô. Não sei se sabe, mas é a maior do mundo, vale a pena visitar. Foi cenário de diversos filmes famosos.


Esta é a foto que estudamos no curso de iluminação por luz natural em ambientes
na faculdade de Design. Me apaixonei pela arquitetura e história do prédio
desde então. Leia sobre ela aqui



Grand Central Station e Chrysler Tower ao fundo.
Vê nesta foto um Business man só de terno?

No subsolo há resturantes, cafés e quiosques...arquitetura belíssima.
Eu queria ficar mais tempo, tomar um café, etc. Mas sabe como é...quem não tem olho para arquitetura
entra, vê e já quer ir embora...



Ao pé da escada Robert e seu irmão James, se casacos pois do lado de dentro
a estação é aquecida...

Detalhes incríveis no teto e nas janelas

A leitora fiel Regina escreveu uma vez: "Cadê fotos suas?"
Não gosto muito de tirar fotos, mas me lembrei do comentário dela
durante a viagem e tirei algumas... :-)

Robert Deniro em cena de filme gravado na estação.

Neste blog aqui eu encontrei uma lista dos dez melhores filmes onde aparece
a Grand Central Station

Veja este vídeo de um dos filmes gravados alí. O filme é péssimo, mas esta cena dá pra ver bem a grandiosidade da Grand Central Station



            De lá fomos para Rockefeller Center onde eu ia andar de patins no gelo. Justamente por causa dele (do gelo...), desisti de patinar, afinal seria somente eu, ninguém queria J
Fica para uma próxima visita com o irmão Chefe André Meana.
            Tudo bem, vamos encher a pança no Magnólia Cupcakes! Dois anos atrás quando fui em NYC, a fila para entrar no Magnolia Bakery era de UMA QUADRA. Nem mesmo o melhor cupcake do mundo me faria esperar em pé na rua por horas...desisti. Mas desta vez, a bakery estava vazia. Entrei, comprei 4 cupcakes e comi todos eles alí mesmo sentado em um dos bancos congelados das ruas de NYC. Vale a pena? Sim! Especialmente o Red Velvet e o Pistache, o melhor de todos...


Rockefeller Center e o rink de patinação no gelo...


Magnolia Bakery já foi considerada a melhor loja de cupcakes do mundo
Não adimira a fila de um quarteirão no Natal de 2012...





             Uma vez abastecidos de cupcakes, andamos até o Empire State Building, que eu visitei em 1994, vinte anos atrás! (Eu sei, não devia dizer estas coisas, 10 anos atrás, 20 anos atrás...conta a idade né?). Continua glamuroso, impecável. Para subir rapidamente (há uma opção de subir em 1 hora (??)), pagamos 39 dólares! E daí? Tô aqui e não vou por causa disso? Pra o que é que eu trabalho? Subimos e não nos arrependemos, é claro...Até chegar ao 86 andar passa-se pela segurança de aeroporto, só não tira-se a roupa...


O Empire State Building já foi o edifício mais alto do mundo...não mais.

O lobby do edifício


No 86 andar, a ventania que não dava nem para abrir os olhos...
Com 50c você olha nos binóculos. Não perca seu tempo, as lentes são
ruins e não dá pra ver bosta nenhuma...leve você um binóculo.

No fundo há o prédio mais alto de Manhattan, onde ficava o
World Trade Center. Visitei-o em 2012 e escrevi sobre a visita neste post aqui
Sul de Manhattan


Vê aqueles prédios marrons lá no fundo? O Robert "suspirou" nos meus ouvidos
Aqueles são o "the project"...daí ele disse "favelas"

Grades anti-suicídio

Prédio da ONU (o retangular azul de frente para o rio)

É tão alto que não se ouve o som do tráfego...



             Saindo de lá já era quase 6 da tarde, hora em que os americanos jantam. E como eu estava com 3 deles, tivemos que ir para o hotel, tomar banho e sair para jantar. Jantamos ao lado mesmo do Carlton em um resturante italiano recomendado na recepção, o I-Trulli. O melhor prato de todos, na minha opinião, foi o do Robert. Ele pediu Cavatelli. Eu não sei o por quê, mas eu tenho o dom pra escolher o prato errado...toda "primeira" vez em um restaurante!




            No dia seguinte a programação era Time Square, Broadway, Estátua da Liberdade (não fomos...muito frio e "alguém" estava congelando...), café da manhã no Plaza Hotel, Central Park e Metropolitan Museum. Mas isso vai ficar para o próximo post, da série de três, que pretendo escrever no sábado sobre a viagem e o casamento a la "poderoso chefão" A família inteira do Robert e James são a segunda e terceira geração de imigrantes italianos...foi algo único...aguarde!





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