sexta-feira, 11 de junho de 2010

“Pai, quero estudar fora do Brasil, você pode me ajudar?” perguntei...“Gostaria muito mas, infelizmente agora não Rê...”

Um balde de água fria nos meus planos de estudar fora do Brasil? De jeito nenhum! Somente mais um obstáculo que tinha que superar...
Eu não me lembro bem quando foi que eu realmente “decidi” vir estudar nos EUA. Sempre tive muita vontade de viver uma experiência no exterior. Por um tempo as viagens internacionais deram conta disso, mas o que eu queria mesmo era morar num outro país, pelo menos por um tempo.
Realmente estava cansado de viver numa Megalópole, tráfego, poluição, violência, tudo o que todo paulistano reclama. Umas mil coisas paralelas que estavam acontecendo na vida pessoal e profissional me fizeram tomar a decisão. Salário de professor? Uhmmm...uma delas...
Tive muitas conversas comigo mesmo...muitas.
“Pronto! Tomei a decisao...! E agora? Por onde eu começo??”
“Procura a faculdade né Mané?” Eu pensei. “Mas, e o curso?”
“Matemática....claro!....matemática...uhm...matemática...MATEMÁTICA?  De nooooovo?? Nem pensar!!”
Mais uma vez meu pai começou com o blá blá blá no meu ouvido sobre mestrado, doutorado em matemática no EUA. Remuneração, emprego etc...Acho que ele me convenceu então eu fui atrás de um mestrado em matemática em universidades pelo mundo. Mundo eu digo, o mundo que fala português ou inglês. De cara descartei os países da Europa. Inglaterra, Suécia, etc. Caríssimos e a desvalorização do real então...nem pensar. Fiquei entre os EUA e Canadá. No final, por questões monetárias, optei pelos EUA. Afinal, sem ajuda financeira, precisava optar pelo que fosse mais barato.
Pesquisando os requisitos para alunos estrangeiros, eu encontrei uma lista de coisas que precisava fazer.
Anjo Cipriano!!!!!!!!!!??? A lista era in-ter-mi-ná-vel...Provas, documentos, etc. Eu vou montar uns tópicos aqui a respeito desse assuntos. Digamos, um caminho das pedras ok?
Uma das primeiras coisas que eu corri atrás foi do TOEFL, Test of English as a Foreing Language, ‘abrasileirando’ fica Teste de Inglês como Língua Estrangeira. Eu já tinho feito essa prova em 1995 quando fui estudar inglês por 5 semanas em Boston-MA mas, naquela época, era bem diferente. Todo estudante estrangeiro tem que prestar o TOEFL (pronuncia-se tôfoul). O mínimo exigido pelas universidades e faculdades é 75 pontos, o que não é nada fácil de conseguir.
O TOEFL hoje é um teste muito dificil. A prova é de 4 horas com intervalo de 10 minutos. Você fica numa cabine com fones nos ouvidos e é filmado o tempo todo. Só pode entrar com a roupa do corpo. Sério! Nem água, carteira, chaves, telefones você pode levar pra cabine! Tem que ler, escrever, escutar, interpretar e responder no microfone. Tudo com o computador na sua frente. Em algumas questões você tem que ler um parágrafo que em 20 segundos desaparece....desaparece!!! 30 segundos de silêncio pra você pensar em uma resposta e... “Begin to speak NOW!” (Comece a falar AGORA!), é o que você ouve e tem que responder no microfone em 1 minuto. É PUNK!!
Custa por volta de 175 dólares. Possui 120 questões divididas em 4 seções de 30 cada. Reading, listening, speaking, Intergrate(lendo, escrevendo, falando, integrado - tudo junto). As questões são difíceis e se você estiver pensando em fazer essa prova, melhor frequentar um curso preparatório. Eu descobri que o Alumni tinha um curso à noite, três vezes por semana, 4 horas por noite, dezesseis aulas. Vamos lá! Lugar terrível que eu escolhi, Itaim. Tem coisa pior que o Itaim? O trânsito....um inferno. Fiz a matrícula.
Primeiro dia de aula, eu de calças jeans, tênis e camiseta. Tomei chuva, não estava descabelado porque não tenho cabelos. Tudo tem uma vantagem nessa vida...Mas faça uma imagem mental da minha pessoa... O pior nem foi isso. Espera... Total da classe, 10 alunos, entre homens e mulheres. Homens estavam TODOS de terno e gravata com guarda-chuvas de executivo, enooooormes e as mulheres no uniforme “urubu” (pretinho básico de escritório) e salto alto. Me senti como se estivesse sem roupas. Ou pior, que minhas roupas eram da grife “coming as ralé”. Não precisa dizer que fui medido dos pés à cabeça...ô povo, se fecha!!! (Como diz meu irmão) Que coisa feia... Todos falavam inglês muuuuito bem, com exceção (Olhei no dicionário...) de uma garota.
O professor, grosso, já chegou chutando o balde, falando dos desafios do curso, do teste, o volume de lição de casa, etc. Começamos a primeira parte que era leitura e interpretação. Peguei meu livro de 600 páginas que custou 150 reais e abri na página selecionada. “Vocês têm 20 minutos pra ler o texto e responder as questões!” disse o professor. Comecei a ler. De princípio já não acreditei! Texto acadêmico, compridíssimo!? Falava sobre aspectos científicos de pássaros. Que diabo é isso??
Quando comecei a ler as perguntas nem lembrava onde estava a resposta, tinha que voltar ao texto. Quando eu estava na metade das questões o professor pediu para que parássemos. “Vamos começar a correção!” Ai Meu Deus! Claro que na minha vez eu errei. Quatro pessoas acertaram tudo, duas erraram tudo e eu era uma delas. E eu que achava que sabia inglês?! Nem me lembro de um dia ter estado entre os piores....um sentimento terrível...e ainda, mal vestido! Ô Vida....Ô Glória!!!
Quatro horas se seguiram de testes, leituras etc, nos moldes da prova. Eu errei quase tudo, acertei muito pouco. “Tem misericórdia!?” Fiquei ar-ra-za-do. Saí de lá me sentindo péssimo! Curso carísimo, livro caríssimo, as pessoas ...nem vou comentar...a lição de casa pra dois dias depois – 40 páginas nos mesmos moldes...fiquei pensando...será que vale a pena? Não seria melhor eu desistir e começar um curso normal de um ano, pelo menos? O que você faria no meu lugar hein? Espere pela continuação.... :P

6 comentários:

  1. E ae Renato!Tudo bem?..legal teu blog.
    Abração! e sucesso ae!
    Rodrigo (Primo)

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  2. Gostaria de preparar meu filho para aprender inglês. Renato, o que você sugere além de cursos de idiomas no Brasil, sabe se existe algum curso que possa ser feito no EUA por crianças, tipo intercambio???? Pergunto isso, pq normalmente o pessoal vai pros EUA na universidade ou no 2grau.

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    Respostas
    1. Delga
      Comece com ele em uma boa escola desde pequeno. Uma boa escola tem uns campings onde só se fala em ingles por um final de semana. Com 13 anos ele já pode vir estudar com grupos da escola. Depois mais velho, pode vir sozinho e ficar em uma familia americana e fazer o high school. Geralmente um ano. Vale muito a pena.
      Eu aprendi ingles traduzindo musicas. Desenvolva nele o gosto por musica de qualidade e incentive-o a traduzir. Meu pai me comprava livors de his'torias infantis em ingles. Tudo ajuda
      Abs

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  3. Comecei a ler o seu blog por causa de uma curiosidade sobre lavar roupa nos EUA.
    Achei tão interessante o seu blog que fui lendo alguns posts.
    Resolvi pegar do começo para ler e agora, com este post, com a sua humildade em revelar como se sentiu, acabei virando sua fã.
    Temos que ter muita certeza de quem somos para não nos importarmos quando os outros tentam nos diminuir.
    Fica bem sempre.

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Etiqueta cai bem em qualquer lugar, até na internet. Seja educado ao comentar e perguntar. Olá..., meu nome é..., por favor e obrigado são palavras que ainda estão em uso e mostram cordialidade. Afinal, o blog não é balcão de informações de shopping e embora eu esclareça as dúvidas de todos de bom grado, não ganho nada para isso.
Obrigado por comentar e abração!

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