sábado, 29 de janeiro de 2011

Entrevista com a brasileira Flávia Tonioli que vive em Miami.

Essa não é a Flavia! :)
Uma de minhas melhores amigas e colega de trabalho, a professora de educação física Dani Tonioli tem uma irmã que vive em Miami. Eu sempre tive muita curiosidade de conversar com ela e saber detalhes da vida nos EUA, fofocas, qualquer coisa. Nas vésperas de vir aos EUA nos encontramos no apartamento da Dani, mas conversar sobre os EUA não foi possível. Por isso, correspondendo-me com ela por meio de correio eletrônico eu perguntei se ela estaria disposta a dar uma entrevista para o blog e ela topou. Por conta de sua vida agitadíssima ela respondeu às minhas perguntas 6 meses depois! Mas como tudo que ‘tarda mas não falha’ ela respondeu e aqui vai a entrevista na íntegra. Flávia é uma pessoa reservada e não quis que sua foto ou email fossem publicados no blog.

Para responder ao questionário que eu enviei, segundo Flávia, ela teve que parar tudo, trabalhos, papers para leitura da pós graduação, desligar o telefone, desconectar a internet , mandar o chefe arrentino para arrentina e um pouquinho mais. Valeu a espera!

Nome completo: Flavia Tonioli
Idade (se nao quiser nao precisa falar! :P): Forever 25!
Formação no Brasil: Oceanografia
Nome da faculdade: Univali
Atividade que desempenhava no Brasil: Monitoramento de recifes de corais.

Flávia, quando foi que chegou aos EUA e qual o objetivo?
Primeiro em 2004 como pesquisadora visitante, vim para ver como seria trabalhar aqui e também para tentar uma bolsa de estudos futuramente. E depois em 2006, retornei, com minha bolsa de estudos integral, para começar o mestrado. O objetivo em 2006 era fazer mestrado e construir minha carreira.

Como foi que você conseguiu uma bolsa para estudar nos EUA?
Ralei como uma condenada em vários projetos, entrevistando turistas e stakeholders (pescadores, mergulhadores, managers, galera da área de turismo, etc. E não pense você que entrevistar pessoas de mal humor é fácil não, ainda mais quando os questionários são longos!), compilando e analisando database, ganhando praticamente nada. Convenci meu chefe que ninguém conseguia trabalhar tanto quanto eu, debaixo de 40ºC, chuva ou furacões, sempre com um sorriso na cara e fazendo piadinhas das furadas que me metia. Um ano depois, ele se convenceu que eu seria boa para o trabalho e me deu uma bolsa, em troca de escravidão à pesquisa por 2 anos.

Onde você ficou morando assim que chegou aos EUA? É caro viver nos EUA?
Em 2004 com 3 estudantes brasileiros, na sala deles, num colchão inflável.
Em 2006 aluguei meu Studio (apto com quase tudo em um só cômodo e um banheiro) , que para vida de estudante bolsista era bem caro, $850, mas como eu não tinha carro, então minha bike aliviava o bolso.
É caro, se você vive em um lugar bom (localização custa $$), tem carro (seguro mais gasolina), se gosta de comer fora (eu sempre odiei cozinhar, mas tem horas na vida que uma garrafa de vinho te transforma num mestre cuca!) e se gosta de consumir (mas é para alegria dos pobres queexiste TJ MAXX, Costco, Dolphin Mall, Wal Mart, Sawgrass Mall, Ross, Marshalls e outras lojas que te permitem consumir, mas que também podem te levar a falência se você for um shopaholic ).
Eu vivia o mais simples possível, não comia muito fora e nunca comprava nada.

Pouco dinheiro e sacola cheia!!
Como foram os primeiros dias de aula? Sentiu algum tipo de preconceito por parte de americanos ou pessoas de outros países?
Os primeiros dias de aula foram ok, até eu ter aula com um Porto-riquenho que não entendia absolutamente nada do que ele falava, mas até o final do semestre consegui me comunicar com ele (em espanhol rs). Não! Brincadeira, conseguimos nos entender na língua universal.
Preconceito teve bastante quando eu comecei a tirar notas mais altas que os americanos. Eu me empenhava bastante nas apresentações e os professores sempre elogiavam, isso criou um ciuminhos de alguns alunos nerds, que sempre faziam perguntas relacionadas a minha escrita (se eu tivesse escrito algo errado em inglês) ao invés de perguntar sobre a matéria. Mas acho que foi mais coisa de competitividade (que americano tem bastante), e de nerd, do que de preconceito.
  
Lá vem o aquele vermelhinho...
Como eram os professores?
Os meus foram legais, a maioria não eram americanos e entendiam bem pelo o que eu estava passando. Os americanos acho que me achavam meio louca. Mas tirando acima de B, tá valendo não é?

Quais diferenças existem entre uma faculdade americana e uma brasileira?
O meu mestrado aqui foi mais puxado que minha faculdade e pós-graduação no Brasil. Os professores não estão muito aí para você e deadline é deadline, não tem o jeitinho brasileiro de que o cachorro morreu e você não pôde entregar a lição e trabalhos a tempo. Também não tinha muita amizade entre professores e alunos. Mas eu tinha uns professores alternativos que se comunicam bastante com alunos e ate faziam reuniões na casa deles.
E em termos de amizades, também não fiz muitas na faculdade no meu curso, com alunos. Tudo era bem competitivo e professional, sem muita amizade de verdade. Acho que falo mais com meus professores do que com meus colegas de classe. Também fiz amigos na faculdade mas fora do meu curso. Os do meu curso, foram poucos que fiz amizade mesmo.

É difícil estudar nos EUA? Como você descreveria a sua experiência?
Acho que se você tem uma base boa de inglês, pega rápido. Acho que o começo é meio sofrido, mas depois você se acostuma. Eu, como estava trabalhando também, limitava bastante meu tempo de estudo, então eu tive que aprender a escanear papers e aprender de forma mais rápida.

Quais foram os principais desafios que você teve que enfrentar nesse período?
Eu acredito que Miami não é uma cidade muito friendly, e a falta de amigos e família, é o que realmente te desanima. Eu sempre tive muito foco na minha profissão, então sabia que teria que passar por isso, sozinha, para crescer profissionalmente. Mas skype ajuda muito, um beijo pro criador do skype!!! A falta de grana também pesa, porque na terra do tio Sam o que te move é o capitalismo, e se você não pode comprar, você
se exclui um pouco da população. A comidinha de casa realmente faz falta.
Desafio também foi procurar emprego não tendo um green card ou não sendo US citizen. Acabei sempre trabalhando para estrangeiros. Só uma vez tive uma chefinha americana, os outros, indiano, filipino, argentino, ... É bem difícil alguém te dar emprego quando você está concorrendo com pessoas que tem as mesmas qualificações que você e não precisam de visto. Na minha área, que a grana é curta, dificulta bastante.
Outro desafio é mostrar que seu inglês é bom suficiente, mesmo com nosso sotaquezinho e trocando as palavras,...

Você já respondeu que trabalhava enquanto fazia faculdade. Que tipo de trabalho fazia? Pode dizer a remuneração?
Sim, trabalhava em vários projetos diferentes para o meu chefe e ainda pegava bico com outros professores, fazendo entrevistas, compilando ou analisando database, fazendo mapas, o que eles precisavam de ajuda, eu
aprendia e fazia. Cheguei até a trabalhar de final de semana em provas de corrida, dando amostras de accelerade. Tudo quanto era bico que aparecia eu pegava.

Vai um acelerade aí? (Gente o que é isso hein?)
Como é viver nos EUA, especialmente em Miami?
Agora eu gosto, porque sou casada, ganhei uma american family, e tenho meus amigões brazucas aqui. Através do triathlon fiz vários amigos brasileiros que viraram minha família aqui. Então, quando eu não estou
preguiçosa ou muito busy(ocupada), treino e trabalho durante a semana. Eu e meu marido, sempre vamos aos jogos de basket do Miami Heat, embora eu seja uma Celtics fã! E sempre cozinhamos em casa, dá pra economizar bastante cozinhando em casa. Meu marido é quase um chefe :P
O que eu mais gosto de Miami é de ver o mar todos os dias, de mesmo ganhando pouco, poder ter acesso a coisas boas, como viver de frente para o mar, ter segurança e poder treinar tranquilamente sabendo que ninguém vai roubar minha bike. Também amo sair de barco, mergulhar e pescar. Ahhh, e outra coisa que é legal daqui, bateu uma saudade da comidinha brazuca, tem vários restaurantes e lojinhas brazucas, o que você não acha com tanta freqüência em muitos outros lugares.

Miami Beach é o máximo!

Prédios do Downtown Miami.

Você acabou casando com um americano. As diferenças culturais entre vocês influenciam no casamento?
Claro que ha muitas diferenças culturais. Outro dia eu quase matei ele porque ele colocou a panela com todo aquele restinho de brigadeiro de molho. DE MOLHO????? Tá maluco???? Não existe coisa melhor do que raspar uma panela de brigadeiro. Outra, ir a um churrasco e só levar o quanto você vai beber, eu levo bebida para a galera e não pensando em quantas brejas vou tomar...
Natal aqui nessa terra é uma derrota, volta pro Brasil, que aqui é deprê.
Americano é bem certinho, segue as regras ao pé da letra, mas acho que é por isso que as coisas funcionam aqui.
Diferenças sempre existirão, mas como tudo na vida, você aprende a ceder e entender, e aos poucos também vai aprendendo mais sobre a cultura deles, e dançando conforme a música... Ou faz eles sambarem também :)

Diversidade da população que vive nos EUA.
O casal pretende um dia morar no Brasil?
Sim, quero muito que meu marido aprenda português e minha cultura. Ele também quer. Ele ama o Brasil e fica encantado com a forma que os brasileiros vivem, pessoas sempre alegres, muitos, felizes com pouco. A
única coisa que pega é minha profissão, grana, porque para morar no Brasil como moramos aqui, tem que ter muito $$$$, e segurança também acaba custando caro em algumas partes do Brasil. Isso é uma coisa que sempre me faz querer voltar, poder dormir de porta destrancada, deixar minha bike no carro, andar com meu laptop na minha mochila pedalando...

Quais são seus planos para o futuro?
“Deixa a vida me levar, vida leva eu...” Como já dizia o grande mestre Zeca Pagodinho. Ummmmm dia, fazer meu PhD, continuar sempre aprimorando, fazendo cursos, estudando (o que aqui é bem caro), e continuar crescendo profissionalmente. Viajar mais, isso é outra coisa boa de Miami e EUA, que viajar daqui é bem mais barato do que viajar de muitos outros lugares.

Abraços a todos no Brasil!
Flávia Tonioli

Fotos sem direitos autorais extraídas de mybrainstorm.com

13 comentários:

  1. Pô, a entrevista é tão legal que, para não perder os detalhes, li em doses homeopáticas! :D
    É sempre bom conhecer um pouco mais sobre as experiências de outras pessoas como a Flávia!
    O lance da panela do brigadeiro foi sensacional! :D
    Minha esposa, que é italiana, quase teve um treco quando meus amigos brasileiros vieram pra cá e fizeram picadinho do espaguete antes de comer.. huauhhauhau
    É isso aí, grande abraço e boa semana! PAZ!
    Michel
    www.rodandopelomundo.com

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  2. Puxa, muito legal a entrevista...
    Acho o máximo essa mudança repentina de vida e cultura...
    Abraços,
    André
    www.portodaavida.wordpress.com

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  3. Que legal saber da experiência de alguém que com determinação conseguiu seu objetivo. É a segunda pessoa que soube que fez Oceanografia, a primeira dava aulas de "surf" para minha filha entre outras coisas. Não deve ser fácil ser oceanógrafa...

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  4. Gostei muito da entrevista, tive que ler em partes pq no dia que você colocou comecei a ler e tive que sair. Oceanógrafa, profissão diferente, mas pelo jeito ela está se dando bem, correndo muito atrás do sonho. Parabéns Flavia.


    Provavelmente vou pra Miami em junho, a passeio, sobre baladas, tem idade mínima, 21 anos, para entrar, confirma Renato?
    =S
    Estarei com 20 em junho.

    Como faço? haha

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  5. Sim, precisa ter 21 anos para entrar nas baladas e para beber também. Também tome cuidado, é proibido bebida alcoolica na praia. Tem gente que leva escondido e se te pegam...cadeia. Hehehe. Como você faz? Não tenho a mínima idéia? Troque as baladas por barsinhos e restaurantes, ou alguns pontos que tenham pessoas do lado de fora.
    Rê toma cuidado em Miami. Uma modelo foi em um dessas baladas e um cara muito bonito pagou um drink pra ela. Mesmo estando com o namorado na balada ela desapareceu e foi encontrada morta no dia seguinte dentro de uma lata de lixo. Nunca aceite drinks de ninguém que você acabou de conhecer por lá, jamais entre em carros de desconhecidos ou vá ao hotel deles, etc. Todo mundo sabe essas coisas mas a têm-se a sensação de que só vai acontecer com os outros. Cuidado ok?
    Bjs

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  6. Vou com meu namorado e os pais dele, acredite, eles são bem "pais" acho difícil eles deixarem nós sairmos a noite, ele tem 23 anos. Até aqui, em Brasília, é complicado.
    Barzinhos e restaurantes provavelmente será nossos programas noturnos.

    Rs..tranquilo, nunca aceitei drink de ninguém, nem quando eu conheci meu namorado, que inclusive foi na balada.

    Jesus, essa história me lembrou da última temporada do Dexter, já assistiu? Bem provável, serial killer "bom" de Miami..Meninas mortas em barris... que horror.

    Anyway, muito obrigada pela resposta e pelas dicas chará!!

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  7. Rê, sou viciado em Dexter! Tenho todas as temporadas!
    Abs

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  8. Renato, obrigado pela quantidade expressiva de informações que vêm disponibilizando a cada novo post. Instrutivos e
    interessantes.

    Também tenho ponderado muito sobre viver alguns anos nos EUA ainda que mantendo alguns negócios no Brasil. Tenho
    esposa e filho de 10 anos. Creio que será uma grande oportunidade para o "pequeno" conhecer uma nova cultura, aprender
    o idioma e até, quem sabe, usufruir de um ensino formal mais estimulante, criativo, dotado de recursos e ferramentas
    pedagógicas atualizadas. Já me dei conta que o MEC e grande parte dos educadores brasileiros são o grande entrave para as nossas crianças, na
    escola pública ou privada.

    Felizmente possuo uma condição financeira relativamente estável, o que torna meu horizonte um pouco mais amplo. Ainda assim
    repleto de desafios.

    Aproveitando da sua amabilidade, fartamente demonstrada no Blog, será que detém o seguinte conhecimento:

    1. Filho cursando escola americana dá direito aos pais permanecerem em território americano como seu acompanhante enquanto
    matriculado?

    2. Há nos EUA a função do empregado doméstico, e quem a desempenhe, como a conhecemos no Brasil? Quem exerce essa função
    normalmente? Imigrantes?

    3. Na região onde resido o salário pago ao empregado doméstico (limpa/ lava e passa/ cozinha trivial) é de um mil reais/mês
    para 40 horas semanais, alguns benefícios e contribuição à seguridade social (INSS). Sabe dizer quanto custaria esse mesmo empregado
    nos EUA?

    4. Existe alguma situação de permanência nos EUA que permitiria a família levar do Brasil um empregado para cumprir esta função?

    5. Porfim, tem alguma sugestão de cidades para fixar residência?

    Agradeço antecipadamente no que puder ajudar. De fato é muito difícil obter essas informações do Brasil.

    Alexandre

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  9. ok vamos lá Alexandre. Vou responder o que eu sei ok?
    1- Acredito que não, o contrário seiq ue existe. Um dos pais estudando e todos os outros membros da família em visto de dependentes/acompanhantes. No site da embaixada você encontra as informações mais precisas
    2- Sim há empregadas domésticas, jardineiros, etc. Tem empresas que fornecem as pessoas ou você pode contratar uma pessoa você mesmo.
    3- O salário mínimo americanos é 7,50 dólares a hora, você contrata quantas horas/semana deseja. Para fins de registro etc eu não sei como funciona. O melhor é você consultar um contador brasileiro nos EUA. Tem de monte...
    Uma empregada por período integral receberia 1500 dólares por mês, mas sinceramente eu nunca vi!
    4- Sim, eu sei que existe vistos para trabalhadores que acompanham como babás, empregadas, etc.
    5- Isso depende muito do que você quer viu Alexandre. Alguns querem toda agitação e facilidades das cidades grandes, outros desejam a tranquilidade e segurança das menores. Alguns não suportam o frio. Outros preferem o frio do norte aos hispânicos da Flórida. Pesquise no google.com e não .com.br coisas como "the safest city" ou "the best life quality city in us" e coisas assim. Filtre mais que daí dá pra te responder melhor.

    Olha eu aconselharia você consultar um advogado de imigração para ver todas as possibilidades. Eu conheci uma família de brasileiros que comprou um pequeno negócio. Vieram fugidos da violência do Rio de Janeiro e pretendem aqui ficar pro resto da vida.

    Veja esses sites:
    www.facebrasil.com
    www.brasilusmagazine.com
    você encontra muita propaganda de advogados, contadores, etc.
    Espero ter ajudado
    Abs!!!

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  10. Ajudou sim, Renato. Gratíssimo!
    É um ponto de partida para pesquisas mais aprofundadas. Pretendo avançar com isso, definir o passo-a-passo, e
    Também já havia lido alguma coisa sobre os hispânicos do Sul e a amargura deles diante das condições a que os próprios erguem em torno de si. Não há dúvida que isso acaba por refletir no tratamento pessoal. É a forma que encontraram pra extravasar vosso descontentamento. Analogamente trata-se da velha história do cachorro do rei que acha que também é rei. De alguma forma tentam se convencer da idéia de que possuem maiores direitos e prerrogativas que aqueles que estão chegando agora. O que é uma bobagem! Como foram destratados, se investem do direito de replicar as mesmas grosserias.
    Por outro lado acredito que a postura do brasileiro diante deste tipo de adversidade – aqueles que como eu, como você e certamente muitos outros leitores de seu blog – sempre cordial, respeitosa e na maioria das vezes low profile, visando a reciprocidade no trato. Seja ela de atendentes, balconistas, vendedores ou prestadores de serviços, precisa imediatamente se alterar e exceder todo e qualquer parâmetro ou expectativa do interlocutor.
    Quero deixar evidente que não pratico nem defendo indelicadezas e grossuras, mas sou a totalmente a favor de “treinar” uma alteração comportamental quando necessário for. O objetivo é surpreender, e porque não dizer assustar, aqueles que por uma ou outra razão pretendem humilhar ou desprezar-nos. Para ser mais preciso, devemos agir como se loucos fôssemos – falando alto, gesticulando, fazendo caretas – e como verdadeiros atores deixá-los constrangidos, antes que constrangimento surja em nós.
    Passado o tempo, muito ou pouco não importa, o brasileiro conquistaria o espaço e o respeito assim como cidadãos de outros cantos do mundo também conquistaram. Trata-se muito mais de uma questão de percepção, postura, condicionamento e comportamento do que nacionalidade. Ainda que a prática seja mais complexa que a teoria, é totalmente possível.
    Aliás, quero deixar uma sugestão. Que tal criar-se uma série de frases, preferencialmente isentas de insultos diretos à pessoa ou as suas características físicas, mas que fossem contundentes, a exemplo do que dizemos no Brasil para interromper o sentido ou direção de uma discussão ou ato:
    1. Pode parar! Baixa a bola amigão...
    2. Hei, menos!... (aqui gesticular é fundamental)
    3. Ô camaradinha, segura tua onda aí...
    4. Pode parar. Para tudo... tu tá pensado o que campeão? (mais gestos)
    Por fim lembrá-los que em Roma, como os romanos, ou seja: Na América, in inglish! Afinal são tão estranhos àquela terra quanto nós.
    Abraço a você e aos demais leitores que só enriquecem o blog com seus depoimentos e opiniões.
    Sds.,
    Alexandre

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  11. Alexandre
    Muito engraçado esse seu comentário. No caso dos hispânicos, dificilmente a grosseria deles é dirigida a mim pessoalmente. Eu digo mal educados no sentido de espaçosos, preguiçosos, conversam durante a aula, sempre atrasados, sempre reclamando, sempre com desculpas e não fazem 80% das lições e trabalhos na escola. Seus filhos no supermercado são um terror!
    Mas gostei da idéia, vou criar as frases e fazer um post sobre isso
    Obrigado pela dica!

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  12. Miami o non Miami.. ma Belin meglio l' Italia in particolare Genova Liguria..dove c'è tutto comprese belle spiagge e l'idioma lingua Genovese è simile alla lingua brasiliana..
    Morando

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  13. Adorei a entrevista, muito legal saber como é a vida de um brasileiro aí no EUA. Bacana demais, mais um incentivo para correr atrás de uma facul aí.

    Beijos

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Etiqueta cai bem em qualquer lugar, até na internet. Seja educado ao comentar e perguntar. Olá..., meu nome é..., por favor e obrigado são palavras que ainda estão em uso e mostram cordialidade. Afinal, o blog não é balcão de informações de shopping e embora eu esclareça as dúvidas de todos de bom grado, não ganho nada para isso.
Obrigado por comentar e abração!

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