quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O American Dream Morreu? (Parte 2)


            Desde que escrevi o último post analisando o texto da Sueli do blog Spill, recebi muitos emails falando sobre o assunto. Eu não tenho interesse nenhum em comentar o que ela disse, mesmo porque essas questões estão bem claras pra mim. Mas fiquei com pena de quem tem o sonho de morar fora do Brasil e está se planejando, trabalhando duro (assim como eu fiz uns anos atrás) e de repente, lê aquele texto e recebe um balde de água gelada na cara. Essas pessoas me escreveram perguntando a minha opinião por isso resolvi escrever esses dois posts.

            Em um comentário muito interessante do part 1, uma leitora disse que ela não acredita que o American Dream morreu porque sonhos não morrem, podem se tornar mais difíceis de realizar e também o fato de que para cada pessoa o American Dream é algo diferente. Não é verdade isso? Por exemplo, pra mim o que é o American Dream? Pra mim é eu poder ter a minha casa (que não precisa ter 500 metros quadrados), com meu jardim, meus cachorros, meu emprego, sossego e segurança. Eu conheço alguns brasileiros que o Sonho Americano é se aposentar em poucos anos tendo várias empresas e gente trabalhando pra eles. Cada um tem o seu certo? Em certo ponto "tenho a impressão" de que é mais fácil realizar o Sonho Americano nos EUA do que no Brasil em virtude de oportunidades e mesmo pelo custo das coisas. 
Continuando com a análise:

SAÚDE
            Neste tópico a Sueli fala e mostra casos de pessoas que passaram por reais dificuldades. Pessoas que inclusive morreram e  precisaram da ajuda de parentes e amigo spara enviar o corpo para ser enterrado no Brasil. Neste sentido eu tenho que mostrar um pouco a minha indignação. Gente, péra lá?! Alguém, mesmo no Brasil que morre inesperadamente não tem que pagar também o velório etc? Não deveríamos todos nós já ter isso mais ou menos planejado, quando estamos com a idade um pouco mais avançada? Eu conheço dezenas de pessoas que morreram no Brasil e também precisaram de vaquinha de amigos e parentes. Tudo é questão de planejamento. Um indivíduo que está nos EUA não devia pensar no caso de algo neste sentido acontecesse? Um pequeno seguro que se paga 30 dólares mensais cobriria essa despesa toda e ainda daria dinheiro pra família no Brasil. Eu mesmo tenho seguro de vida no Brasil que pago por volta de 15 dólares mensais e que se algo acontecer comigo, todas essas despesas podem ser cobertas por ele.

            "Sinceramente eu não sei dizer como as pessoas fazem quando não tem plano de saúde..." ela disse. Eu sei. As pessoas procuram centros hospitalares que atendem a população que não teem seguros saúde. Se o caso for grave esses casos são enviados aos hospitais e a pessoa é tratada de qualquer maneira, tendo dinheiro ou não. A dívida depois é discutida e se for comprovado que a pessoa não tem condições, a dívida pode até ser perdoada 100 %.

            A Sueli disse: "Se você ficar doente e precisar de uma cirurgia, ou de cuidados médicos, você não terá assistência porque hospitais só atendem com convênio particular ou empresarial" Agora veja o comentário que a leitora Riss fez  para a Sueli: "E finalmente sobre o seu comentário com relação à saúde não é bem assim. Fiquei doente nos EUA e precisei me internar e fui a um hospital. Não tinha plano MAS fui atendida - (...) E depois fui cobrada, mas como eu e minha mãe ganhávamos pouco, aplicamos para a dívida ser perdoada e foi perdoada. UAU!"

            A realidade é como a moça disse. Uma pessoa é atendida prontamente em qualquer hospital. Mas depois a conta vem. Pode-se fazer uma negociação da dívida com o hospital ou mesmo aplicar para o perdão da mesma. E quanto a planos de saúde?

            Os planos de saúde nos EUA são diferentes do Brasil. Eles são um contrato de "risco" como no Brasil, mas na maioria das vezes, não cobrem 100% dos gastos. A pessoa que decide quanto essa porcentagem será. Pode ser 80/20 (80% o seguro paga e 20% você), 70/30, 50/50 e assim por diante. Existe a opção 100/0? Sim, mas fica caro. E quanto é caro? Só posso dizer pelo meu exemplo pessoal. Para uma pessoa nas minhas condições, na faixa dos 40-45 anos, um seguro 80/20 sai mensalmente 228 dólares. No Brasil, na faixa de 30-35 anos eu pagava 280 reais, no entanto era 100/0.

            Outro equívoco no texto é dizer que imigrantes ilegais não podem ter seguro saúde. Qualquer pessoa pode ter seguro saúde contanto que pague por ele. Não é mais caro nem mais barato. Mas pode ter certeza que se a pessoa procurar e procurar, vai encontrar alguma ONG ou algum subsídio para imigrantes, hispânicos, pobres, etc que vem em ajuda de muitas coisas, até comida. E esse é uma das coisas que os americanos se ressentem do seu governo. Eles dizem "Nós temos que levantar cedo para trabalhar todos os dias e pagamos muitas contas e impostos e temos pouca ajuda do governo (questionável na minha opinião). E essas pessoas não são americanos, não trabalham e recebem ajuda aluguel, ajuda  alimentação, ajuda transporte, ajuda remédio, etc, etc, etc" É a realidade...

            Mas uma coisa é preciso considerar. Se uma pessoa precisa ser internada e operada, ela será. Mas como arcar depois com remédios e tratamentos? Tudo isso precisa ser planejado e qualquer pessoa precisa economizar dinheiro para eventualidades assim. Remédios são cobertos em parte pelos seguros saúde. Mas sem seguro, é preciso pagar integral por eles, e alguns custam muito caro.

            Os próximos tópicos falam sobre economizar dinheiro para comprar uma casa no Brasil. É possível economizar dinheiro? Claro que vai depender da situação de cada um. Existem N fatores a considerar. Mas como ela se referiu a imigrantes ilegais, a impressão que eu tenho é que deve ser realmente um desafio. Ganhando pouco (que é o caso de imigrantes ilegais), é díficil guardar dinheiro em qualquer lugar do mundo. No entanto se uma família de 4 pessoas trabalham, dividem o aluguel, e se programam para guardar dinheiro, é possível. Mas uma pessoa sozinha, vivendo sozinha, recebendo salário mínimo, é realmente muito difícil. Muitas pessoas me escrevem dizendo que planejam vir estudar nos EUA, arrumar um emprego ilegal e pagar as despesas e a faculdade. Há nestas pessoas um misto de ignorância (desconhecimento dos fatos) e ingenuidade. Recebendo 8 dólares por hora (mesmo 10!) na grande maioria dos casos, não se dá nem mesmo para pagar a mensalidade da faculdade. Quanto mais livros, moradia, transporte, alimentação, remédios, vestuário, etc. Quem deseja vir tem que pesquisar muito e planejar ainda mais.

PRECONCEITO COM IMIGRANTES QUE NÃO FALAM INGLÊS

            Eu já escrevi sobre preconceito neste post aqui. Não tenho nada a acrescentar, continua atual como no dia em que escrevi. Eu mesmo, em 4 anos, nem uma única vez sofri qualquer tipo de preconceito por ser brasileiro ou imigrante. Lendo este tópico pensei que talvez o problema da escritora, como ela mesmo disse, é o de falar demais a um ponto que as pessoas tem que interrompê-la. Pode ser que não. Pode ser que algo na postura dela não está tendo uma bom resultado entre os amricanos. Identificar esse fator e concertá-lo é excencial, mas exige um certo grau de inteligência emocional. Um indivíduo com inteligência emocional consegue discernir nas expressões faciais dos outros coisas a seu respeito que o outro não gosta ou aprova. Não vou dizer que não existe preconceito. Existe, assim como no Brasil existe mesmo entre os brasileiros. Mas não consigo enxergar como regra ao imigrante nos EUA.

ESTILO DE VIDA AMERICANO

            Com relação aos comentários da escritora, há uma diferença entre americanos e brasileiros. No Brasil fazemos amizade muito fácil e já vamos convidando para o churrasco do final de semana. Os americanos não são assim. Precisa-se desenvolver um relacionamento primeiro, depois pode ser que você seja convidado...um dia. Mas ajude um americano em qualquer sentido e veja o resultado. Há uma lealdade e admiração para pessoas de bem, abnegadas, ordeiras, trabalhadoras e de confiança. Se você mostrar isso pra eles, desperta neles um senso de proteção e de piedade pelos desafortunados que pode ser notado em várias facetas dessa sociedade, como por exemplo, a quantidade de benefícios e direitos que imigrantes podem adquirir neste país. O contrário também é verdade. Dê motivos para desconfiança ou mostre-se uma pessoa problemática que você recebe um gelo geral. No final das contas eu acredito que é como a pessoa se apresenta que vai definir o tratamento. Não é possível imigrar para outros país, não querer aprender a língua ou desejar viver exatamente como se vivia no Brasil sem sofrer algum tipo de consequência. Outro dia em uma entrevista, a funcionária me disse que mora em um complexo de apartamentos onde há uma família de brasileiros. Ela os descreveu como "barulhentos e festeiros". Com relação ao estilo de vida americano, uma coisa você vai perceber, o americano é na dele mesmo e uma das coisas positivas a esse respeito é que dificilmente incomodam seus vizinhos.

CONTA EM BANCO E CARTEIRA DE MOTORISTA     
    
            Adquirindo um TAX ID, com qualquer contador, um imigrante ilegal pode ter conta em banco. No entanto, carteira de motorista, pelo menos na Flórida, não é possível. Existem estados que fornecem habilitação para ilegais e talvez quem está pensando em vir ilegalmente deveria procurar estes estados. É quase uma missão impossível se locomover em Orlando sem carro. As linhas de ônibus são poucas e os ônibus demoram a chegar. Pode demorar 3 horas para fazer um trajeto que leva 1/2 hora de carro.

DEPORTAÇÃO NOS EUA    

            Aqui que eu acho que o texto da Sueli acaba perdendo muito a credibilidade. Ela diz "400 mil brasileiros foram deportados" e colocou um link do Youtube. O próprio vídeo do Youtube tem o título 400 mil brasileiros deportados dos EUA... No entanto o próprio reporter diz "400 mil imigrantes" foram deportados, não brasileiros. E é verdade? Sim. Uma vez li uma matéria que dizia que o número de brasileiros deportados era de 800 no ano. Infelizmente não consigo encontrar o artigo, mas era um artigo de um jornal do Brasil. E quando uma pessoa é deportada? Desde que Obama entrou na presidência, imigrantes deportados são aqueles considerados um perigo para a segurança da população. Imigrantes ilegais que foram pegos cometendo algum crime, menor que seja, podem ser presos e deportados. A maioria esmagadora foi pega dirigindo em alta velocidade, sem carteira de motorista, roubos, drogas, violência, etc. Eu conheço um brasileiro em Miami, imigrante sem documentos que trabalha como pintor e já foi pego 3 vezes dirigindo sua caminhonete sem carteira de habilitação. Em nenhuma das vezes foi preso ou deportado. Mas teve que comparecer ao tribunal de pequenas causas para explicar sua situação. Há o fato também de que os policiais viram que ele era trabalhador e não tinha cometido nenhuma infração de trânsito a não ser o fato de não ter habilitação americana. Há também o caso de uma estudante brasileira dirigindo com a habilitação internacional que foi presa e teve que pagar 800 dólares de fiança, pois após 60 dias (exceto turistas), qualquer pessoa tem que atualizar a carteria de habilitação para a do estado onde vive. Como já disse, cada caso é individual e vai depender de muitos fatores.

ENTRAR ILEGAL PELO MÉXICO

            Como ela disse, você pode perder sua vida, ser assassinado, roubarem seu dinheiro, ser estuprado e muitas outras coisas. Recentemente os americanos encontraram um vagão com 38 mexicanos que foi deixado no meio do deserto pelos coiotes e as pessoas morreram cozidas dentro dele. Muito triste, mas é verdade.

NÚMERO DE BRASILEIROS QUE ESTÃO RETORNANDO AO BRASIL


            Se você digitar no google a frase acima vai encontrar dezenas de artigos que falam sobre o assunto. Mas se você digitar "quantos brasileiros deixaram o Brasil em 201x" não encontra NADA. Porque será? Não sei explicar, mas acho isso muito estranho. É óbvio que com a crise, muitos voltaram, mesmo porque acreditam na forte propaganda que tem-se feito sobre a incrível melhora no Brasil. Há os que voltaram e se arrependem e você pode ver isso nas comunidades no facebook de brasileiros vivendo nos EUA. Há quem discorde pois vive no Brasil e enxerga uma outra realidade. Há quem concorde e tenha sua vida melhorado muito nos últimos anos. A minha opinião prefiro deixar de fora neste caso. De qualquer maneira, aqueles que desejam ter uma experiência no exterior, seja ela como trabalhador, estudante ou mesmo imigrante, tem que considerar com cuidado o assunto e planejar tudo muito bem. A internet abriu as portas para a pesquisa de uma maneira nunca antes vista pela humanidade. Eu me lembro crescendo em uma cidade pequena do interior de São Paulo, que quando queríamos fazer um trabalho escolar, tínhamos que pegar um ônibus e viajar uma hora para uma cidade que houvesse uma biblioteca. Ou pedir a uma família mais abastada, um exemplar da enciclopédia Mirador, que poucos tinham. Hoje, de qualquer computador conectado à internet é possível saber "quase tudo" a respeito de qualquer assunto. Mesmo assim eu ainda recebo emails do tipo: "Hey, o visto de estudante me dá direito a Green Card, certo?" E a esses eu vou pedir uma indenização pelas rugas na minha testa. Abs a todos!

35 comentários:

  1. Cara, se garante como sempre! Gosto muito dos teus posts. Acho bacana o que você faz pelas pessoas.

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  2. '"Hey, o visto de estudante me dá direito a Green Card, certo?" E a esses eu vou pedir uma indenização pelas rugas na minha testa'

    kkkkkkkkk

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  3. vai ver a Sueli foi paga pelo governo americano para publicar esse texto, e assim diminuir o número de brazucas q imigram pra os eua.

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    1. Olha tem uns aqui que eu adoraria que fossem deportados...
      Brincadeira, não desejo isso a ninguém, desejo que eles se comportem melhor
      abs!!
      :)

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  4. Oi, Renato,
    estou acompanhando a polêmica que esse texto (e a sua réplica) gerou e, estando aqui em Orlando (legalmente!) há 7 meses tenho de dar minha impressão (não que importe, mas whatever, hehe)...
    Essa pessoa que escreveu o texto, a Sueli, pinta um quadro bem realista do imigrante ilegal. O fato é que acredito que muitos brasileiros estão saturados com alguns aspectos da vida no Brasil (violência, custo de vida, corrupção etc) e acham que vir pra cá com a cara e a coragem é a solução, como muita gente (de vários países latinoamericanos, não só do Brasil) fez há 30 ou 20 anos atrás. Esse pessoal comeu o pão que o diabo amassou mas ajudou a "fazer a América", e hoje muitos estão nos EUA, bem estabelecidos. Os tempos mudaram, 9/11 aconteceu, o quadro geopolítico mundial se alterou significativamente, e hoje o que se vê é uma situação cada vez mais difícil para o imigrante ilegal, o trabalhador não-documentado que não traz consigo habilidades e conhecimentos específicos. A coisa já muda (e muito) de figura para a pessoa que tem nível superior, fala um inglês ok e está inserido numa área de atuação que tem carência de profissionais capacitados (minha experiência me mostra que a área de informática é bastante carente de profissionais aqui nos EUA). O mundo mudou muito e vir pra cá "pra estudar e trabalhar de qualquer coisa enquanto pago a faculdade/guardo dinheiro pra comprar uma casa" não é mais assim tão viável quanto já foi. O texto da Sueli faz um certo terrorismo, sim, mas não acho que deva desencorajar quem quer vir pros EUA - acredito que hoje é necessário um planejamento muito cuidadoso, muito estudo (e poupança!) pra viabilizar o sonho, seja ele americano ou de qualquer outra nacionalidade ;-)
    Parabéns pelo blog e continue com seus textos bem-humorados e elucidativos. E conte como está indo o banheiro!

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    1. Concordo com você 100% Patrícia!
      Era fácil, hoje se tornou difícil
      Abs!

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  5. Renato , li os seus 2 posts mas ainda não li o da Sueli , mas penso que prá quem quer morar em outro país , conhecer opiniões diferentes conta muito . E depois , as experiências pessoais de cada um são BEM diferentes . O que é bom prá uns , não é bom prá outros , mas o fato é que achei super legal você escrever 2 posts sobre o tema . Se esse tipo de coisa chegar a acontecer de novo , eu acharia bem legal que você escrevesse a respeito outra vez . Bjs Lana

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  6. Amo como escreve bjosss

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  7. Eu sei porque se digitar no Google "quantos brasileiros deixaram o Brasil em 201x" não dá nenhum resultado. As estatísticas de migração no Brasil são péssimas, pode-se falar que são inexistentes. O que existem são estimativas muito pontuais, e a maioria tem a ver com migração interna. Simplesmente não existe um controle real de quem entra e sai do país - não entendo porque existe imigração então. Uma professora minha está (ou estava, não sei) trabalhando com a PF para acabar com essa falta de números, porque é muito importante para o país saber ter essa informação. Pois se muita gente estiver saindo do Brasil, algo precisa ser feito pelo Estado para poder manter as pessoas aqui.

    O tema de migração internacional me interessa muito, até queria fazer a monografia sobre isso. Mas é difícil achar dados confiáveis sobre o assunto, mesmo no IBGE ou Ipea. Desisti e vou fazer sobre avaliação educacional.

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    1. Érica
      Eu concordo com vc e discordo um pouco também. Eu acho que o governo talvez tenha certos números, mas não divulga para a população. Porque é que de repente tudo quanto é jornal começou a falar das pessoas que voltam? Eu recebi emails de pessoas de 3 jornais do brasil me perguntando a MESMA coisa, se eu conhecia gente que tinha voltado para o Brasil para dar uma entrevista. Esquisito
      Por exemplo, quando se sai do país, tem-se que preencher a declaração de saída definitiva do país para a receita federal sabia? Então números, eles têm. É claro que o povo que sai como estudante ou mesmo ilegal, talvez não tenha. Mas não acho interessante para o governo que a população saiba desse número, concorda?
      Já que você vai fazer sobre avaliação, tenho um livro pra te recomendar, o melhor livro que já li sobre isso. Me ajudou muito
      (pera vou pegar)
      kk
      Chama-se "Prova - um momento privilegiado de estudo - Pedro Vasco Moretto
      Sensacional!
      bjs

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    2. Falei a mesma coisa quando fiquei sabendo disso, caso contrário não tem lógica passar pela imigração e a Receita. O governo tem números das pessoas que entraram e saíram do país. O que ele não tem é o controle de quanto tempo aquela pessoa passou fora do país, para onde ela foi e se ela voltou. Números existem, mas controle não. Eles sabem que sei lá, um milhão de brasileiros saíram do país mês passado, e que 1,1 milhão voltaram no mesmo período. Mas não sabem quanto tempo estes que voltaram do país estavam fora, para onde foram e estas coisas. Na imigração do Brasil o que acontece é ver se você pode sair do país, conferir se você é você e se seu passaporte é verdadeiro, basicamente isso.

      Falei da matrícula no consulado e do registro de saída definitiva do país na Receita durante a discussão sobre dados de migração. Estes podem dar uma ideia, mas não são confiáveis, principalmente no caso dos que vão ilegalmente, como você disse. Minha tia foi legal morar em DC 11 anos atrás e ainda não fez a saída definitiva, e ela nunca mais voltou ao Brasil. Ela não fez porque quer voltar ao Brasil um dia e acha que se fizer vai ter muito trabalho quando voltar a morar aqui. Enfim, como você falou, eles têm alguns números, mas a verdade nua e crua ninguém sabe. Dá para conseguir esses números agora, no pior dos casos, usando-se da lei de acesso a informação, mas a preguiça é muito maior do que a minha curiosidade. haha

      Eu conheço exatamente duas pessoas que voltaram dos EUA, as duas legais e com a cidadania. Uma é uma senhora bem idosa, de quase 90 anos, que quer ser enterrada aqui. E a outra eu não entendi os motivos.

      Obrigada pela indicação do livro. Vi que tem na Biblioteca e vou lá daqui a pouco pegar!

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    3. É Erika
      Eu já li em algum lugar que existem 3 milhões de brasileiros no estrangeiro, mas não sei como essa informação foi conseguida.
      Abração!

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  8. renato, sobre o banheiro... tudo bem, é melhor fazer uma bela reforma estrutural, isso aumenta o valor do imóvel etc. mas uma reforminha cosmética, em um banheiro q está funcionando, não seria mais jogo? troca a luminária, espelho, cortina do box, tapetes de banheiro, aplica um novo revestimento sobre o cimento q brota da parede. pelo menos já dava um up no ambiente e seria MUITO mais tranquilo. assim vc usava seu talento de designer e deixava a mão de obra pesada para os mexicanos ilegais, em uma outra ocasião qdo a casa tivesse orçamento para a reforma.

    de qquer forma, os donos da casa têm q te agradecer pelas benfeitorias e motivação q vc dá para esse lar.

    abs,

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    1. Maurício!
      Nem me fale
      O problema é que o drywall estragou tanto com a retirada dos painéis que seria muito difícil dar uma mão de massa nele. No chuveiro, não usaram a barreira de água e sim drywall e tinha mofo (perigosíssimo para a saúde) e poderia passar a humidade para outros pontos da casa. Daí o Robert, dono da casa, decidiu por refazer do zero
      Estamos caminhando
      :)
      Abração

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  9. Maurício Goldberg Neto21 de agosto de 2013 às 21:52

    Mais uma vez gostei muito de seu texto. É uma enorme satisfação ver que há indivíduos maduros, dispostos a enxergar a realidade como ela é, e não sob o prisma das frustrações de expectativas infantis. Vida longa a teu blog e próspera a ti nesta abençoada nação!
    Seguem abaixo algumas observações que me ocorrem a respeito desta história toda.
    Sabe o que acontece, meu caro Renato? Chega um momento em que, por mais que procuremos ser polidos e cuidadosos, temos que chamar as coisas pelo nome que têm, doa a quem doer. E muitos dos que criticam os EUA, na verdade o fazem porque os EUA não lhes tratou da forma paternalista como esperavam ser tratados, mas sim com a dignidade com que um país deve tratar adultos capazes de assumir a responsabilidade por suas próprias vidas. Nem todos estão dispostos a serem adultos, plenamente responsáveis pelas próprias escolhas e pelo atendimento às próprias necessidades. Querem ser atendidos de graça no hospital e depois trocar de carro e viajar para Paris, jogando a conta do hospital no colo dos outros.
    Não digo que este seja o caso da pessoa cuja publicação originou teus recentes posts. Não a conheço e sequer li tal publicação, nada podendo afirmar a respeito. Mas sei que há muitas pessoas narcisistas, preguiçosas e imaturas que se enquadram nesse perfil de esperar do outro ou do estado que as peguem no colo e realizem seus sonhos. O Brasil está lotado delas! A elas, só resta um conselho: cresçam, arregacem as mangas e assumam plenamente suas vidas! Como diz o ditado: "Deus ajuda quem cedo madruga".
    O fato é que os EUA são uma nação que valoriza o mérito e as liberdades individuais, tendo se erguido fortemente sobre esses valores. Via de regra, os americanos prezam muito sua independência em relação ao estado e este (ainda) é o segredo da grandeza desta nação: uma nação de indivíduos, não de crianças dependentes de um estado paternalista. As nações européias que abraçaram a idéia do estado de bem estar social, onde o estado começou a conceder benefícios a rodo, hoje começam a enfrentar sérios problemas decorrentes de um probleminha básico de economia: como não há almoço grátis, alguém tem que pagar a conta dos gastos estatais, pois o estado não produz riqueza, apenas arrecada impostos a partir da riqueza produzida por seus cidadãos. Se cada vez mais houver cidadãos dependentes do estado, cheios de benefícios, "bolsas" e direitos e cada vez com menos deveres, mais impostos o estado irá cobrar daqueles que produzem a fim de fechar suas contas, o que tende a gerar uma grande insatisfação naqueles que mais trabalham e produzem riquezas, por se verem privados de parte de sua própria produção e verem o fruto de seu suor sendo convertido em uma série de benefícios para pessoas que nem sempre os merecem. Além disso, quanto maiores os impostos que têm que ser pagos ao governo, menores os investimentos da iniciativa privada e menor é o lastro que qualquer empreendedor tem para investir e crescer. Com o tempo, a economia estagna, os empregos escasseiam e o país se vê diante de uma população dividida entre trabalhadores desestimulados e vagabundos pidões.
    Deixo aqui meu elogio ao teu excelente blog, onde demonstras ser um sujeito trabalhador, que foi para os EUA buscar as condições de construir com os próprios braços uma vida digna que o Brasil não nos proporciona, e não ficar esperando do estado que assuma seu American Dream para depois se queixar do país. O American Dream é feito de pessoas corajosas, esforçadas e trabalhadoras como você, e não das crianças mimadas que só sabem se queixar quando não querem lhe dar comida na boca!

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    1. Mauricio
      Esse é o grande dilema não?Uma vez na França em 2003 os franceses reclamaram da mesma coisa. Pessoas vagabundas vivendo, sem trabalhar, às custas de pensões do governo. Mas o governo já não podia mais arcar com essas pessoas por muito tempo então estipulou um número de anos para as pessoas encontrarem um emprego e os vagais ficaram revoltados! Aqui se fala muito do pessoal que está no welfare e acha que a sociedade "lhe deve" o sustento.
      No entanto, um frances disse uma coisa que nunca esqueci. Se não tivesse essa ajuda, a violência e crime aumentariam muito.
      Sabe o que eu acho? Reverta o dinheiro em cadeias...
      Abração e obrigado pelo excelente comentário!

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  10. Olá Renato,

    Muito interessante o seu texto!

    Em relação do título do artigo ''O American Dream Morreu?'', eu devo dizer que eu acho que não morreu mesmo, mas está num processo de transformação. O American Dream de hoje é bastante diferente do que era alguns anos atrás, especialmente com as mudanças econômicas e sociais. Desde o ano 2008/2009, vejo diferenças sim no ''estilo de vida'' nos EUA, que geralmente se relacionam aos problemas econômicos de milhões nos EUA.

    Para minha geração, eu acho que a situação é bastante delicada e difícil. Eu tenho amigos que já formaram como advogados quatro anos atrás e ainda não acharam trabalho. Eu, que ainda estou estudando na universidade, estou até com medo, porque sei será muito mas muittoo difícil achar emprego. É quase impossível ter um posto de trabalho assim que formar, a maioria das pessoas da minha idade procuram anos e anos e muitas vezes tem que assumir posições de baixa qualificação porque não há posto de trabalho para pessoas de alta qualificação como eles. Nada é ''impossível, não. Mas é verdade que economicamente está muito difícil para milhões e milhões e mais milhões nos EUA, que anteriormente não tinham problemas econômicos.

    Fiquei feliz que você nunca tinha problema porque você é estrangeiro nos EUA. Isso é definitivamente uma cosia boa! Infelizmente, porque os EUA é um país racista (é, sim!) acho que a maioria dos imigrantes de pele clara não tem problemas por aqui em relação disso. Outros grupos, inclusive Latinos mestiços, Asiáticos, Indianos, e Negros definitivamente tem mais dificuldade em relação desse assunto.

    Mas eu fiquei feliz que você está bem nos EUA! Cada um merece viver a vida que quer, então parabéns que está criando a vida que você quer no lugar que você quer estar! :)

    Abraço
    Alex

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    1. Alex
      Eu discordo pelo fato que existem indivíduos racistas, mas não acredito que os EUA seja um país racista em natureza. Se fosse, jamais haveria uma declaração de liberdade e um acolhimento de pessoas de todas as nações. Vc não veria tantos imigrantes, tantos sotaques como existe. O Brasil tem loteria de visto?
      Aqui, todo ano são distribuídos 100 mil green cards só na loteria para não americanos!
      Eu acho que eles são é muito tolerantes. Os brasileiros jamais permitiram que os argentinos viessem e tomassem uma de suas cidades. No entanto, Miami está completamente tomada pelos hispânicos e a culpa é dos próprios americanos que deram uma mão, depois outras, depois os braços e por fim a cidade.
      Quer conhecer um país racista e comparar? Vá a França! Agora, saiu uma lei na França que quem nasce lá, só é considerado Francês, se tiver 4 gerações nascidas na França. Isso sim é repúdio ao estrangeiro...
      Obrigado e pra vc também!
      Abração

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  11. Gostaria de saber o que passa na cabeça de uma pessoa que vai para o exterior sem saber ler/escrever/falar/entender a língua local e ainda acha que vai se dar bem! Isso é pior que ser analfabeto, não sei nem que categoria se encaixa uma pessoa nessa condição, quem contrataria um sujeito desses?

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    1. É verdade. O pior é não aprender a falar, escrever, etc depois de anos vivendo por aqui! Isso pra mim é o pior...

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    2. Coitada de mim, eu não sei falar nem escrever e estou aqui, tentando ganhar dinheiro e ficar rica. :)
      Brincadeira a parte, só queria fazer um adendo em relação a saúde, de fato, se você está muito ruim, se tem risco de morte, os hospitais fazem o procedimento e depois cobram, mas se o seu problema for "tranquilo", se precisar marcar médico no ambulatório, não tem muita opção. No Alabama só há um hospital público que segundo meu marido, é igual aos hospitais públicos no Brasil: máquinas para fazer exame quebradas, falta leito, falta médico etc. Então assim, se uma pessoa tem diabetes o hospital "particular" não atende, mas se essa pessoa entrar em coma por hipoglicemia, o hospital atende. Quanto a cobrança do hospital, há a possibilidade de pedir o perdão (não sei como é feito para estrangeiro), mas o que eles consideram não ter dinheiro varia. Mas é o que você disse, tudo depende de planejamento mesmo.

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    3. Tá que vc não fala nem escreve...
      Esse é o problema Lorna, se a pessoa descobre um câncer, como vai tratar porque pra tratar, precisa de dinheiro sim. A emergência pode ser tratada no hospital, mas tratamentos de graça, não tem não. Pelo menos que eu saiba...

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  12. Renato,
    Muito bom os seus textos. Aliviou um pouco o peso que senti lendo o da Suely. Gosto muito do seu blog! Um abraço

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  13. Sempre sonhei em morar em Orlando, minha namorada é apaixonada e eu tb, porém temos apenas a visão de turistas, e de algumas pessoas que vivem ai e postam no youtube suas vidas (drivers, babysitter, aupair e entre outros) Eles ralam mt todos os dias, possuem bem materiais, vivem em locais seguros, limpos, mas poucos estudam e poucos sao legais, mas vivendo o hoje em relação a qualidade de vida, realmente a uma larga vantagem ao Brasil! Porém eu penso no amanhã, o que eles podem se tornar? Coloquei na minha cabeça, não sei se estou certo, mas acho mais coerente, eu penso que uma pessoa que va viver ai e não consiga se tornar cidadão, e seja tarde demais para voltar e garantir uma boa aposentadoria aqui, como que faz? terá que trabalhar para sempre ai? E agora cadê a qualidade de vida? É tudo tem que se pensar mt bem antes, porém cada um pensa de uma maneira, e eu vo indo pelo menos de turista!! rs!! Abssss Renato

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    1. Danilo
      Um dia a pessoa se legaliza. Mas pode demorar muitos anos.
      SEMPRE é melhor vir legalmente, mas dá trabalho, gasta-se muito dinheiro. Quem não pode e não vê futuro no Brasil, no final vem de qualquer jeito.
      Muitos ilegais dizem que a vida de ilegal é infinitamente melhor que a que levavam no Brasil. Sabe-se se lá que vida a pessoa levava no Brasil, mas eu acredito. Mesmo eu que ganhava 9 mil reais por mes no Brasil decidi sair.
      Abs!

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  14. Parabéns pelo blog! Muito instrutivo e interessante!

    Os EUA são um país de contraste e muito complexo de se analisar. Algumas considerações:

    O EUA é o país mais desigual do mundo desenvolvido, e como o IDH leva em conta apenas a renda per capita e não a desigualdade a posição do país tende a ser artificialmente alta.

    Os EUA possuem um índice de crimes letais (homicídios e latrocínios) considerado aceitável, mas que não é pequeno comparado aos outros países do mundo desenvolvido. Na última lista das cinquenta cidades mais violentas do mundo, cinco pertencem aos EUA. De forma semelhante as cidades dos EUA não dominam os rankings sobre as melhores cidades do mundo para se viver, pois problemas relacionados a mobilidade urbana e acesso a serviços de saúde e educação estão bastante presentes.

    A saúde é a causa número 1 de falências nos EUA, algo considerado inaceitável por boa parte do mundo desenvolvido. A saúde não é um direito como é em quase todo o Ocidente e uma parcela importante de americanos não possuem planos de saúde, todos os anos milhares morrem devido a isso.

    Em educação, o sistema público dos EUA patina e não apresenta uma boa qualidade se comparado a sistemas públicos de países como Finlândia, Coréia do Sul e Canadá. E como educação é o principal meio de mobilidade social isso é bastante catastrófico.

    É bom entender que existe um EUA dos brancos e um EUA dos negros e latinos. O segundo possui uma economia e um desenvolvimento humano bem pior tendo índices como expectativa de vida menor e de desemprego maiores. De fato o país dos negros e latinos nos EUA não fica tão distante de um país latino-americano.

    E sobre o que disseram acima, dos EUA ser um país das pessoas trabalhadoras. Sinceramente? Esse raciocínio é mais furado que queijo. As pessoas são o que se fazem delas. Nos últimos trintas uma série de cortes de impostos dos mais ricos nos EUA provocou uma enorme concentração de renda que simplesmente não existia quando os EUA estavam em seu auge de prosperidade econômica e social, sem dinheiro de impostos o Estado não pode investir em educação e infraestrutura e agora os EUA estão pagando pelo seu erro com uma educação e uma infraestrutura decadentes e como conseqüência com o país mais problemático do mundo desenvolvido. E outra, os americanos querem mais serviços públicos, é o que dizem pesquisas, a única diferença nesse sentido entre americanos e brasileiros é que brasileiros nunca elegeriam um partido que fosse contra a criação de um Estado de bem-estar social.

    Dito tudo isso é bom ter em mente que todos os problemas citados se apresentam com maior intensidade no Brasil. Então não estou dizendo que o Brasil é um lugar em que se vive melhor porque de fato ele não é quando você analisa os indicadores sobre o desenvolvimento humano, apenas estou dizendo que os EUA é um país de contraste com muita coisa errada e com partes dele que parecem terceiro mundo, assim como outras partes parece uma Alemanha.

    Agora, a questão seria se compensa para um brasileiro ir tentar a sorte nos EUA. Eu acho que isso é subjetivo mesmo, não existe resposta. Tem gente que sai do Brasil e vai viver nos EUA uma vida simples, sendo que muitas vezes podia ter conseguido muito mais no Brasil se dedicasse metade do esforço dedicado para se imigrar, mas ainda assim essas pessoas se sentem realizadas, então é subjetivo mesmo.

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    1. Eu levaria uma vida 1/5 mais simples aqui nos EUA simplesmente pelo fato da segurança, que no Brasil, não há?
      Alguns, principalmente os que não tem muito, migram para melhorar de vida, adquirir bens materiais. Não foi meu caso, no Brasil eu tinha bens materiais.
      O desrespeito GERAL e a violência crescente foram o que me fez querer viver em outro país.
      Abs

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  15. Caraca, 9 mil!!

    Vc fazia o que no Brasil?

    Artur

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    1. Eu era professor de uma escola top de SP, ganhava 4500 e trabalhava das 7-12:10
      Depois, à tarde e noite, tinha 13 alunos particulares que atendia durante a semana cobrando 100 reais/hora
      :-)
      abs!!

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